Na mesma edição e vergonhosamente lemos os candidatos à prefeitura da comprometida capital do Estado dando suas reticentes declarações (RETICENTE, segundo o Dicionário Houaiss, é "a omissão intencional de uma coisa que se devia ou podia dizer"), sobre a Baía de Guanabara. O único que não ficou em cima do murro no JB, pelo menos, foi o deputado Paulo Ramos que aparece falando no PDBG como um escândalo, muito bem! Quatorze anos são passados e até alvo de CPI o programa foi, pergunta: a que se chegou? Mas, mesmo com esta observação do referido candidato, nenhum deles tocou num assunto vital: o Rio de Janeiro está dando um golpe mortal na soberania nacional ao fazer vista grossa para a Guanabara. A mídia que de tudo sabe nada diz, mas tratados internacionais tem sido postos de lado com algo que não pegou, mas isto não nos livrara de cumprir o que foi acordado.
Em folder da Firjan de 2006 podemos ler que como apesar da máxima constitucional do parágrafo único do art. 1º, o povo não sabe reclamar os seus direitos e ao que parece resolveram tomar as providências para nos "salvar" e assim fizeram um plano de desenvolvimento econômico de 2006 a 2015, ou seja, fomos curatelados. Daí os PAC de eleger presidente que não são para o povo ser bem servido. O COMPERJ que vai nos deixar um saldo de 180 mil desempregados e acabar com os recursos hídricos já comprometidos em grau muito alto para que qualquer gestão de risco dê aval a tal empreendimento. Aqui já não é apenas a capital, mas os 16 municípios que apóiam este tresloucado e anacrônico projeto pressionado pelo governo de estado que se acha bem com o governo federal sua política insustentável.
Nenhuma das mazelas da capital irá diminuir com o ataque a Baía de Sepetiba e a da Guanabara nestes degradantes projetos de desenvolvimento irresponsáveis licenciados pela omissão e negligencia dos órgãos que o fizeram.
Ninguém fala sobre a pesca artesanal, mas apostam em atividades de aqüicultura no continente. Aqui e ali podemos ler algum gestor ou cientista mostrando a chaga, mas esta atitude dever ser nossa e não deles. De que adiante um deles se revoltar e perder a cabeça? Ai não teremos ninguém lá dentro do covil dos insensatos. O certo é buscarmos informações e repassarmos, só um povo informado pode defender seus direitos. Nenhuma mudança se dará de outra forma.
A capital do Rio de Janeiro nunca se recuperou do passado de ter sido Corte, capital da Republica e Capital Federal, como uma velha rainha deposta ela tenta, mas nada de especial . Hoje examinado a situação das ultimas duas décadas fico surpreendida pelo ECO 92 ter sido aqui, pois o Rio de Janeiro já não tinha condição de sediar um evento com esta significação, já tínhamos a ameaça da INGA em Sepetiba num aterro que juntou a Ilha da Madeira ao continente e ali foi colocado os rejeitos que depois vazaram., próximo e ela já havia a CSN, a REDUC já tinha feito vários derramamentos e pelo que depois se soube pelo jornais da época sem licença. E a criminalidade já imperava. E depois tudo piorou sob a cantilena Verde de pintar favela, camisetas dando mensagens que nunca chegaram aos corações e mentes deste povo largado, mas que vota.
Outro dia escutei falar que: " Outra vez vamos nos unir, RS e MG, como na Revolução de 1930, agora para preservar a natureza e a vida de todos": acredito que devamos voltar a estudar a nossa historia: passada e recente sem medo e assim podermos resolver nossos problemas. Fico contente por ter começado a pesquisar a 2 anos e 9 meses, assim não posso mais ser enganada por governantes, políticos, empresários e autoridades , assim devo fazer uma observação esta união de RS e MG nos deu o lamentável Getulio Vargas que o povo ainda reconhece com o Pai dos Pobres, mas nos deixou esta forma de governar pela falta de informação ao povo e comprometeu nossa biodiversidade com as retificações de rios e sistemas lagunares, notadamente em terrenos de marinha: não foi a colonização portuguesa que nos deixou morando no litoral; em 1970 tínhamos 70 % da população no interior. A historia do desmatamento da Mata Atlântica não está bem contada, pois o Ministro Mario Pinotti da era Vargas mandou desmatar em volta de cidades e jogou HCH (o mesmo contaminante da Cidade dos Meninos/DC/RJ) de um avião, será que o vento deixou cair somente em cima do desmate. Se você for estudar sobre o inicio das grandes empresas que hoje degradam descobrira que tiveram inicio numa política de desenvolvimento do GV.
GV veio de RS e de MG tivemos o JK que alem de deixar a aberração de Brasília, lugar de político se esconder e tramar contra o povo; também destruiu as linhas férreas para trazer as montadoras de automóveis, agora temos carros e não temos estradas. A pior parte é que muito do que se produz na agricultura se perde na logística. No seu governo se começa a construir a REDUC em lugar impróprio, as primeiras reuniões sobre energia nuclear foram em seu governo, mas desde o GV trocávamos navios de tório (mais caro que petróleo) por navio de trigo. Fora isto: se você souber a historia do teu município e for ler o relatório do IBGE em 1959 poderá ter um susto. Simplesmente dados importantes foram suprimidos. Cadê os resíduos do beneficiamento desenfreado da monazita? Veja como somos reféns do perigo! O quê: monazita, tório, urânio? Mas, não foi em 1985 no governo do Sarney? Não! Meu inocente eleitor, segura este titulo! Ali foi apenas o enriquecimento do urânio. Décadas antes já éramos vilipendiados pelos estrangeiros ciceroneados pelas autoridades nativas. Atenção nativas não quer dizer indígenas , pois até agora o único deles que degenerou foi o Arariboia. Vamos lá: em 1864 o Imperador já dava licença para empresa dos EUA introspectar petróleo em Camamu na Bahia. Em 1886 alemães já retiravam o tório em Buena/São Francisco de Itabapoana onde até hoje os trabalhadores tem problemas de saúde e era pra obter o Radium (Madame Curie, lembra?). Em 1912 a Standard Oil Company, leia-se Rockfeller, já introspectava no Rio Doce. Em 1920 entramos no sistema Farra do Boi da monazita que valia 80 libras esterlinas e baixou para 20 libras. Chega, cansei!
Pois é entre fazer um bolo de milho e outro de araruta também leio para saber o que me ameaça. Cadê os defensores da biodiversidade? Quem quiser ficar nesta de lagartixa da praia, problemas de procriação das ariranhas, compensação ambiental com numerário ou mudinhas de plantinhas não me chame. Se for aquela conversa de paz, amor, ternura, carinho e sei lá o quê, to fora! Sou do tempo de usar estes sentimentos para outras situações, então é desta forma que interajo. A situação é grave, o ataque é de grande porte e a reação deve ser imediata. Desde já devemos logo ter em mente que já temos leis sobre tudo isto e não precisaremos esperar. A falta de respeito à vida e a dignidade humana é ostensiva e requer posicionamento do povo. Todo o povo deve ser informado de seus direitos, pois os deveres eles sabem. Já ando cheia deste negocio de ambientalista com grana querer dar um corzinha na lagoa.
Ainda temos os problemas das populações tradicionais também é nacional e de cada um de nós, pois se todos soubéssemos que ao lutar ao lado deles defenderíamos também a biodiversidade e isto fica claro logo de inicio, já teríamos uma parte de nossos problemas minimizados; portanto os ambientalistas devem intervir ai também. Cadê os bravos desta terra?
Márcia Benevides Leal cidadã brasileira moradora em Marica