De repente, o corpo desafinou. Tentou um improviso, acabou bebendo blues com gotas de nostalgia. Tem música que tem que parar de ouvir. Rachar o velho disco. Tem jeito não. Que não é nada charmoso pegar costume de fazer verso pra rimar com dor. Mas deixe estar, mais dia , menos dia a velha cantada começa a cair como café passado. As seduções de bolso começam a soar como as frustrações que não deixam pegar no sono. A burocracia do talvez, do beijo um dia sim , outro não, do encontro de vez em quando, essa liberdade não pode tocar na mesma banda do afeto. No tema do verdadeiro encontro as notas são menos dissonantes. A batida é a mesma nas duas gargantas. Um tenor e uma contralto podem fazer mágica. Mas só se quiserem. Ninguém sabe se vai dar certo quando inventa de dividir canção. O tempo vem maestro e dá a dica: desejo. Desejo pelo ritmo de cada um. Respeito e doação. Dê o melhor de você pro "nós". Talvez assim a nota que dói finalmente pare de se repetir. E aí não se assuste se for de repente. A gente descobre que canta bonito e fica afinado. Hora de compor. Pode deixar a primavera vir. Agora ela vai ser cantada de verdade. Sem ressentimentos pelo inverno que se cala em paz. por Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
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