O aborto tem sido uma das questões mais polêmicas e explosivas desta era turbulenta. Surgem intensos debates nos campos político, social, médico e teológico. Se num passado bem recente as pessoas não se manifestavam publicamente a favor da legalização do aborto, hoje, pipocam manifestações e passeatas gigantescas pelas ruas, em prol de sua legalização.
Em alguns países o aborto já está legalizado, por exemplo, na Inglaterra, Estados Unidos, México etc. No Brasil, embora ainda não tenha sido legalizado, já vem sendo praticado sem nenhum constrangimento, até por pessoas que dizem ter uma religião. Apenas as mulheres vítimas de violência sexual e as que estão sob risco de vida, estão livres para a prática do aborto, todavia, a ser realizado por um médico (Art. 128, do Código Penal). A situação é tão alarmante que segundo a (OMS), em média 31% das gravidezes brasileiras são interrompidas... Resultado disso, a rede do SUS registrou 244 mil internações motivadas por curetagens pós-aborto, procedimentos necessários nos casos de complicações decorrentes de abortamentos espontâneos e inseguros. Ainda outra estatística do SUS revela que, nos últimos cinco anos, mais de 1,2 milhão de mulheres foram internados por complicações oriundas de abortos ilegais. Interessante, é que parte do juramento de Hipócrates reza: “Jamais, para agradar alguém, prescreverei uma droga mortal, nem darei um conselho que possa causar a morte. Nunca darei a uma mulher um pessário para causar o abortamento. Preservarei a pureza ... da minha arte.” No entanto, para que se realize o aborto, aprovado por lei, faz-se necessária uma intervenção médica. Uma flagrante contradição ao juramento que o médico assegura que irá defender. Com certeza, muitos médicos se recusam a praticar um aborto, mesmo que sob o consentimento das leis humanas. Um médico chegou a dizer: “Nenhum juiz me obrigará a fazer um procedimento médico abortivo”.
Feitas essas considerações do ponto de vista secular, precisamos saber o mais importante: qual é o ponto de vista de Deus acerca desse assunto. Vejamos um texto bíblico que nos mostra como Deus presencia a formação da vida desde o início, quando começa a se formar no ventre de uma mãe: “Teus olhos viram até mesmo meu embrião, E todas as suas partes estavam assentadas por escrito no teu livro, Referente aos dias em que foram formadas, E não havia nem sequer uma entre elas”. (Salmos 139: 16).
Mesmo que se façam tantas campanhas em prol da legalização do aborto, sua prática vai de encontro ao que vimos no texto inspirado, pois Deus observa ate mesmo um embrião, sendo um erro destruir essa vida em formação, imaginem destruir um bebê que se encontra em avançado processo de desenvolvimento, já com vários meses de vida. E ainda que a maioria dos abortos sejam realizados nas primeiras 12 semanas de vida, nesse estágio, segundo uma fonte médica, embora o feto seja pequenino, porém, exercita a respiração e seu coração já bate. Ele pode dobrar os dedinhos dos pés, fechar a mãozinha, revirar-se em seu mundo aquoso – e sentir dor. Outro relato bíblico nos mostra um gravíssimo erro em se praticar o aborto, é o que está escrito no livro de Êxodo 21: 22 - 25 que alerta:“E caso homens briguem entre si, e eles realmente firam uma mulher grávida e deveras saiam os filhos dela, mas, não haja acidente fatal, sem falta se lhe deve impor uma indenização segundo o dono da mulher lhe impuser; e ele tem de dar por intermédio dos magistrados. Mas se acontecer um acidente fatal, então terás de dar alma por alma, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé...”
A Bíblia é clara em defender a preservação da vida, mesmo no ventre materno. Naquela época se punia com a morte um aborto, mesmo que resultante de um acidente. Será que Deus mudou seu conceito sobre a vida? Será que esse conceito sobre a vida está ultrapassado? Por vivermos num mundo moderno, justifica-se a prática do aborto? Com certeza, a vida é dádiva de Deus e não podemos desprezá-la simplesmente.
Certo médico americano relata que após realizar centenas de abortos legais, numa ocasião, adiou o procedimento por uma semana, tendo em vista que o colo do útero da paciente estava rígido e precisava dilatar. Após uma semana, a paciente retorna e diz que mudou de idéia. Anos depois esse médico relata que brincava com a criança que nascera por conta de um obstáculo técnico que lhe impedira de fazer o aborto. Esse médico chegou a conclusão de que fazer um aborto é um ato de depravação que a sociedade não deveria permitir.
Com efeito, é preciso ressaltar que não estou querendo interferir na campanha do contra ou a favor do aborto, porém, queria apenas mostrar o pensamento de Deus expresso na própria Bíblia, que é divinamente inspirada para ensinar, repreender e disciplinar em justiça. Muitos têm afirmado ser contra o aborto, às vezes porque entre os dez mandamentos há um que diz ser pecado matar. É verdade, que isso se refere a alguém que pratica um aborto, mas, como podemos observar outros textos bíblicos citados, a questão é muito mais séria, pelo fato de apenas um embrião significar para Jeová Deus o início de uma vida, como também no antigo Israel, se uma mulher grávida fosse golpeada a ponto de seu bebê falecer, seria considerado crime. Que possamos nos conscientizar que o aborto, é um crime inafiançável perante Deus.
Portanto, para aqueles que já o fizeram e os que estejam planejando, que possam fazer uma reflexão dos textos bíblicos que foram apresentados na palavra de Deus, e aqueles que já praticaram tal delito, que possam recuar de seu mal procede, por estudar a Bíblia visando conhecer os propósitos de Deus e de Seu Filho Jesus. Se assim o fizer, poderá ficar livre da sua má consciência, e quem sabe, viver no novo mundo vindouro, o paraíso terrestre.
SEBASTIÃO RAMOS, funcionário público federal – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.