Ninguém questiona a importância da promoção de um evento. Desde um
simples e inocente torneio início até fortes investimentos das
televisões para aquisição dos direitos de transmissões dos campeonatos
mais importantes do mundo. A promoção faz sentido, faz diferença.
Entretanto, para tudo é preciso haver um limite. Oferecer US$ 1 milhão
ao melhor batedor de faltas é um excesso. É jogar dinheiro fora. È não
entender que vivemos em um mundo de fome.
Não tenho pretensão de levantar nenhuma bandeira. Não faço parte de nenhum projeto social. Apenas estou vivo e olho para os lados. Cada um faz com o seu dinheiro o que bem entender (não tenho nada com isso), no entanto, como a promoção do evento foi forte e de impacto me peguei refletindo sobre o que representava aquilo. É importante saber quem é o melhor batedor de faltas do mundo? Para a minha profissão, sim. Contudo, a avaliação deve ser mais ampla. A forma que um batedor vai para a bola aos 2 minutos de jogo é uma, e se ele for bater uma falta, do mesmo lugar, aos 43 do segundo tempo? Como computar a diferença? E a qualidade do piso, do gramado? E o vento? A pressão da torcida? O peso dos três pontos? O adversário provocando? Nenhum dos fatores foi devidamente observado. Qual a conclusão que devo chegar? A promoção morreu nela mesma. Um evento vazio. Um desperdício. Dinheiro jogado fora. Quer piorar? Qual critério para escolher os batedores? E os goleiros? A bola? Ah! Ela era a mesma. Mesma marca, sempre. Que vazio! Que pobreza de espírito! O evento reuniu nos Estados Unidos vários ídolos, como Ronaldinho Gaúcho, Messi, Júlio Baptista, etc. Todos devidamente longe da melhor forma física. Para surpresa de todos e para todos colocaram os pés no chão, o destino se incumbiu de colocar as coisas no indevido lugar. O mexicano Rafa Márquez foi o vencedor. Alguém acredita que Rafa Márquez seja o melhor batedor de faltas do mundo? Ele levou o dinheiro. Que faça bom uso!