Profissionais Expulsos da Casa do Povo

Participando no último domingo do “Programa Raul Gil”, o senador capixaba Magno Malta, fortemente emocionado, fez uma grave revelação: nas investigações da pedofilia horroriza muito mais a comprovação de que os monstros mais hediondos são os cultos e ricos, não escapando da identificação médicos pediatras que molestam bebes recém-nascidos, parlamentares estaduais e federais (autoridades maiores da democracia que amordaça), pastores evangélicos como ele, Malta, contudo, perdidos de Cristo, que não respeitam filhas, sobrinhas e ovelhas do rebanho e também autoridades com estrelas nos ombros. Ainda, segundo o senador, os pedófilos são inocentes pela Constituição Federal da República que lhes concede o livre direito de escolha das opções e fantasias sexuais que satisfaçam os seus caprichos. ISSO É VERDADE. OU NÃO É? Se não for verdade que eles, “Democratas”, com o poder da caneta, escrevam e façam vigorar uma Lei específica, cujo texto, dentre outras coisas, determine o dobro da pena para os bens aventurados pela riqueza e os ostentadores de canudos de papel.

Magno, que se declara defensor de uma Lei específica para combater a pedofilia esclarece que na nossa democracia, como em qualquer outra, o território da liberdade, da igualdade, da justiça, e principalmente, da imunidade e da impunidade, tem como limites as áreas que abrigam os templos da própria democracia, sendo praticamente impossível discutir mudanças.

Mudando de pau prá cavaco. O povo é novamente esbofeteado com a notícia de que DEPUTADOS, sempre presentes, fazem parte das mais recentes organizações criminosas criadas exclusivamente para se beneficiarem dos recursos do PAC.

A Polícia Federal tenta inutilmente autorização para prender e botar na cadeia dezenas de prefeitos municipais que entraram na mesma marmita, recheada de caviar pago pelo PAC e deixaram misericordiosamente para os menos afortunados o PQDA, “Pão Que o Diabo Amassou”.

O que me preocupa é que anunciam o fim dos lixões para 2020. Encontrem primeiro uma resposta para os usuários desses malditos restaurantes de excluídos, de seres humanos animalizados.

VIVA A NOSSA DEMOCRACIA. NOSSA UMA VÍRGULA, DELES. AFINAL, BEM MERECIDA, A DEMOCRACIA DOS INOCENTES.

O Zé, esse mesmo, Dirceu “mensalão”, desfila alegremente a sua inocência nos eventos mais badalados e mais variados da alta sociedade, pagando suas eventuais despesas em moeda corrente, dispensando com a mais elevada dignidade o uso dos cartões corporativos. Zé “Pureza”, com certeza.

“Quem me dera conhecer essa tal de DEMOCRACIA, que faz dos senhores e senhoras ‘DEMOCRATAS”, homens e mulheres acima da democracia dos excluídos.

Os puritanos da Real E Sagrada Corte que escreveram e proclamaram, EM NOME DE DEUS, a CONSTITUIÇÃO FEDERAL DA REPÚBLICA, para não dizer FEDORENTA, usam e abusam dos poderes dos déspotas para rasgá-la, alterá-la ou tripudiarem sobre

sua magnitude.

Está escrito no livrinho: ... é livre o exercício da profissão regulamentada; todo cidadão tem liberdade de expressão.

Jornalista para os democratas só é bom e merece liberdade quando tem o viés da crônica social, quando notícia e valoriza os banquetes pagos com o dinheiro público, quando omite nas festas a presença de cortesãs e suas meninas, dos inocentes de férias.

Jornalista sério obrigado a escrever o cotidiano tragicômico das Cortes é considerado agitador, marrom, subversivo.

Proibir o trabalho dos profissionais do CQC na cobertura dos trabalhos do Congresso Nacional foi um ato comum as ditaduras.

Não são os profissionais da imprensa que fizeram das instituições dos poderes grandes circos, mas sim, são os que se apresentam nas suas arenas com títulos e pompas de reis e rainhas da cocada preta, branca ou colorida.

A estes últimos sim, jamais deveria ter sido permitido o acesso as dependências das verdadeiras casas democráticas.

Paulo Carneiro

24/6/2008