PT nas eleições 2008 quer se aliar até ao DEM e PSDB!

Cada vez mais o PT dá mostras que deixou de ser o grande partido operário independente dos sete primeiros anos e ter-se transformado em um grande partido operário-burguês. Isto é, o PT permanece um massivo partido de trabalhadores só que com direções (nos níveis nacional, estadual e municipal) praticando a política dos interesses da burguesia. Haja vista, o apelidado governo de coalizão do presidente Lula tem servido de exemplo para as direções do PT traírem um de seus princípios quando diz “Somos o Partido dos Trabalhadores, não um partido para iludir os trabalhadores”. Em função disto, a Executiva nacional petista autorizou aliança nas eleições municipais deste ano até mesmo com partidos da oposição-burguesa como DEM e PSDB.

É o que ocorre em Cabo Frio (RJ) onde - em Encontro Municipal realizado no final de maio recém passado - a maioria dos petistas decidiu que irá apoiar a candidatura à reeleição do prefeito Marquinho Mendes (PSDB). O PT em Cabo Frio se encontra tão aburguesado que nem se deu ao luxo de debater candidatura própria com independência de classe. Além da “tese” (traição) vencedora de apoio à candidatura à reeleição do prefeito cabo-friense tucano. As outras duas alternativas menos votadas – a do deputado estadual Alair Corrêa (PMDB) ex-prefeito cabo-friense e de Paulo César (PR) – obedecem ao traidor critério do exemplo dado pelo apelidado governo de coalizão do presidente Lula. Afinal, em Cabo Frio o PT já desfruta de cargos na administração municipal tucana.

O aburguesamento do PT no caso cabo-friense é uma desfaçatez tamanha que seus dirigentes afirmam não estar sendo vanguarda de nada. Apenas estão seguindo o exemplo dado pelos petistas em Belo Horizonte (MG) onde o pré-candidato a prefeito – que o PT apoiará por imposição do governador Aécio Neves (PSDB) – é filiado ao PSB. Por isto, os dirigentes petistas cabo-frienses estão falando grosso, exigindo paridade com o tratamento dado pela Executiva nacional ao imbróglio petista belo-horizontino. Não pára por aí o aburguesamento do PT. Ele se dá em nível nacional uma vez que a Executiva do PT negocia com o chamado bloquinho no Congresso Nacional (PDT, PSB, PC do B e PMN) uma triangulação de apoios (S.Paulo, B. Horizonte e RJ).

Segundo tal negociação, premido pelas denúncias contra o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) o Paulinho da Força Sindical, o chamado bloquinho se dispõe a deixar de lançar candidato a prefeito paulistano para apoiar a candidatura da ex-ministra e petista Marta Suplicy. Em troca, o PSB quer que o PT flexibilize o veto à aliança com o PSDB em Belo Horizonte. Ainda 2º a negociação, o PDT quer um compromisso do PT em votar contra um eventual processo de cassação, na Câmara, do mandato do deputado pedetista Paulinho. Já no caso do RJ, o PC do B pretende que o PT retire a candidatura a prefeito carioca do deputado estadual petista Alessandro Molon para apoiar a candidatura à prefeita da ex-deputada federal Jandira Feghali.

È de 1987 esta equivocada política de alianças do PT que pode levá-lo a um beco sem saída!
Esta equivocada política de alianças praticada nos três níveis de direção do PT está alcançando maioridade nas eleições municipais deste ano. Isto é completa 21 anos uma vez que nasceu em 1987 durante o V Encontro Nacional do PT com o nome - quer dizer “tese” da tendência Articulação ou Campo Majoritário - de política de “Acumulação de Forças”. Filha - melhor dizendo - formulação do insuspeitíssimo dirigente nacional petista José Dirceu, a tal política de acumulação de forças foi apadrinhada – corrigindo - apoiada pelo então presidente nacional do PT Lula. De acordo com o formulador e o apoiador mais os inúmeros petistas que a aprovaram, tal “tese” significa que nunca se pode lutar contra a burguesia, pois, a etapa é de acumulação de forças.

Ainda segundo os petistas que aprovaram tal “tese”, a etapa de acumulação de forças tem uma irmã siamesa – retificando - é inseparável da etapa dita Democrática e Popular; se complementando nos apelidados Governos Democráticos e Populares. Ou seja, apesar de menino de apenas sete anos de idade, o PT passou praticar a velha política dos PCs de conciliação e ou colaboração de classes (sociais), correndo atrás de “burgueses progressistas”. Haja vista que a Executiva nacional do PT antecipou para os dias 19 e 20 próximos sua reunião anteriormente agendada para as datas de 23 e 24 deste mês. Afinal foi a própria Executiva que tomou decisões incoerentes sobre a aburguesada política de alianças do PT, conforme veremos a seguir.

Por trás do que diz o presidente Lula “Gostaria de ter no mesmo partido as pessoas de bem do PT e PSDB” se esconde a vontade do PT não lançar candidato a presidente em 2010, para apoiar o do PSDB. No caso, o governador mineiro Aécio Neves. Os lulistas em todas as instâncias de direção do PT captaram a mensagem há muito tempo. Apenas disfarçam. Vide a pérola de incoerência da Executiva nacional recentemente ao vetar a aliança petista belo-horizontina de apoiar o candidato a prefeito do PSB Márcio Lacerda imposto pelo governador mineiro o tucano Aécio Neves. Porém, em 12 municípios aprovou alianças com partidos da oposição-burguesa que vão desde o direitista DEM, passa pelo PPS e inclui o PSDB como a já citada aliança em Cabo Frio (RJ).

Aprovada em 1987, a etapa democrático-popular tem provado ser a irmã siamesa da política de acumulação de forças. Vide o apelidado governo democrático-popular e ou de coalizão do presidente Lula, sempre apoiado incondicionalmente pelos petistas da Articulação ou Campo Majoritário. O pragmatismo de aliar-se a “burgueses progressistas” passou a ter apoio também das demais tendências e ou correntes internas do PT, inclusive as da “esquerda”. Todas têm votado tudo, em conjunto. Só têm se dividido quando os cargos (no PT e no governo) entraram em disputa. Agora todas estão assustadas com o monstro gerado, isto é, com o futuro de seus cargos caso o presidente Lula imponha ao PT Aécio Neves como candidato a presidente em 2010.

A Esquerda Marxista combateu desde o início a denominada etapa democrático-popular, sua irmão siamesa, a política do PT de acumulação de forças com a burguesia e, conseqüentemente o apelidado governo democrático-popular e ou de coalizão do presidente Lula, por ser contra-revolucionário. A tarefa dos revolucionários hoje é preparar as bases de construção de uma grande organização política marxista, para intervir na luta de classes, formarem-se militantes e agrupá-los juntos com os que buscam resistir, explicando-lhes as conseqüências dessa equivocada e aburguesada política praticada pelos três níveis de direção do PT; enfim explicar como a classe trabalhadora, especialmente a classe operária pode construir uma saída em direção ao socialismo.

*jornalista – é militante da corrente intra PT Esquerda Marxista e suplente do diretório municipal petista em Macaé (RJ).

publicidade
publicidade
Crochelandia

Blogs dos Colunistas

-
Ana
Kaye
Rio de Janeiro
-
Andrei
Bastos
Rio de Janeiro - RJ
-
Carolina
Faria
São Paulo - SP
-
Celso
Lungaretti
São Paulo - SP
-
Cristiane
Visentin

Nova Iorque - USA
-
Daniele
Rodrigues

Macaé - RJ
-
Denise
Dalmacchio
Vila Velha - ES
-
Doroty
Dimolitsas
Sena Madureira - AC
-
Eduardo
Ritter

Porto Alegre - RS
.
Elisio
Peixoto

São Caetano do Sul - SP
.
Francisco
Castro

Barueri - SP
.
Jaqueline
Serávia

Rio das Ostras - RJ
.
Jorge
Hori
São Paulo - SP
.
Jorge
Hessen
Brasília - DF
.
José
Milbs
Macaé - RJ
.
Lourdes
Limeira

João Pessoa - PB
.
Luiz Zatar
Tabajara

Niterói - RJ
.
Marcelo
Sguassabia

Campinas - SP
.
Marta
Peres

Minas Gerais
.
Miriam
Zelikowski

São Paulo - SP
.
Monica
Braga

Macaé - RJ
roney
Roney
Moraes

Cachoeiro - ES
roney
Sandra
Almeida

Cacoal - RO
roney
Soninha
Porto

Cruz Alta - RS