Biocivilização

Não é novidade, mas o ministro Mantega ignora a máxima: quod licet Jovi non licet bovi. Em suma, se Nosso guia abusa de suas profundas metáforas, simplificando tudo, talvez por falta de conhecimentos, a ponto de nada mais importar além do tom de voz do discurso, de um senhor coberto de diplomas poderíamos esperar algo mais.
É simplesmente inaceitável essa conversa tola de "cofrinho", mesmo porque , o sr Ministro não sabe o que ou quanto colocará nele e de onde virão as moedinhas. Em compensação, como na fábula da leiteira e do pote de leite, o tal "cofrinho' sustentará o eixo da nossa geopolítica, e fará tudo que já se faz hoje mesmo sem dispor desse precioso vetor macroeconômico. Dá calafrios imaginar o "cofrinho" transformado em repositório de polonetas - a dívida reduzida  generosamente à metade ainda não foi totalmente paga e foi renegociada com juros negativos - bolivetas, afriquetas e quejandos. Um princípio básico da administração reza que o nível de profundidade ao qual se deve descer aumenta a medida que diminui o número de galões do orador. Assim, Nosso guia traça as linhas magnas, os ministros devem colorir as figuras geométricas traçadas pela altiloqüência presidencial e assim por diante, até o companheiro responsável pelo vazamento que nem vazamento é. Do sr. Ministro da Fazenda seria de se esperar algo além da soltura dos costumeiros e coloridos balões de ensaio.
Seria interessante, por exemplo, saber a que sobras ele se refere, num momento em que a inflação parece não ser mais do malvado "feijãozinho". Acenaria ele com a redução dos gastos da máquina estatal? Never!  O negócio é atirar farpas no BC.
Se não conseguimos gerar superávit nominal, condição na qual faz sentido constituir um fundo de excedentes reais, separaríamos uma fração do superávit primário, e ao invés de pagar juros e amortizações, jogaríamos em projetos de retorno digamos sem garantia, para usar um eufemismo.Vamos adquirir mais dólares a custa de maior endividamento interno? Não se espera um discurso recheado de letras gregas  e equações diferenciais, mas será que o distinto público é composto apenas de entendidos em "cofrinhos"?

*Alexandru Solomon é escritor, formado pelo ITA em Engenharia Eletrônica e mestrado em Finanças na Fundação Getúlio Vargas. Tem seu recente romance´Não basta sonhar` (Ed. Totalidade) disponível nas livrarias Cultura (www.livrariacultura.com.br), Saraiva (www.livrariasaraiva.com.br) e Laselva (www.laselva.com.br). | E-mail do autor: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
publicidade
publicidade
Crochelandia

Blogs dos Colunistas

-
Ana
Kaye
Rio de Janeiro
-
Andrei
Bastos
Rio de Janeiro - RJ
-
Carolina
Faria
São Paulo - SP
-
Celso
Lungaretti
São Paulo - SP
-
Cristiane
Visentin

Nova Iorque - USA
-
Daniele
Rodrigues

Macaé - RJ
-
Denise
Dalmacchio
Vila Velha - ES
-
Doroty
Dimolitsas
Sena Madureira - AC
-
Eduardo
Ritter

Porto Alegre - RS
.
Elisio
Peixoto

São Caetano do Sul - SP
.
Francisco
Castro

Barueri - SP
.
Jaqueline
Serávia

Rio das Ostras - RJ
.
Jorge
Hori
São Paulo - SP
.
Jorge
Hessen
Brasília - DF
.
José
Milbs
Macaé - RJ
.
Lourdes
Limeira

João Pessoa - PB
.
Luiz Zatar
Tabajara

Niterói - RJ
.
Marcelo
Sguassabia

Campinas - SP
.
Marta
Peres

Minas Gerais
.
Miriam
Zelikowski

São Paulo - SP
.
Monica
Braga

Macaé - RJ
roney
Roney
Moraes

Cachoeiro - ES
roney
Sandra
Almeida

Cacoal - RO
roney
Soninha
Porto

Cruz Alta - RS