Saiba porque o deputado federal Sylvio Lopes não será o candidato tucano a prefeito de Macaé!

“A História se repete como farsa, tragédia ou ambas”
Karl Marx filósofo alemão (1818-1883).

Esta célebre frase do genial filósofo ilustra nossa opinião sobre os seguintes fatos. Ano passado foi o editor do diário local quem assinou texto similar. Agora foi o periódico auto-intitulado de expressão regional que publicou em sua edição de 30/03 a 05/04 a informação cujo título e chamada de 1ª página reproduzimos “Agora o Jogo é ´À Vera`. PSDB de Macaé confirma que vai lançar (o deputado federal) Sylvio Lopes como candidato a prefeito nas eleições deste ano. Encontro político pegou fogo“. Neste texto, o jornalista-editor apenas pôs créditos às suas fotos, não repetindo o subserviente texto que redigiu e assinou, ano passado quando entrevistou o mesmo parlamentar que é o patriarca da burguesa e opressora oligarquia com 31 anos de domínio político em Macaé.

Antes da análise, dois esclarecimentos. 1º, a expressão “a vera” não tem crase. 2º, a grafia correta do deputado federal tucano, ex-alcaide de Macaé por três mandatos (1989-1992 e 1997-2004) é Sylvio e não Sílvio. Desde o ano passado temos afirmado. Com uma bancada de três vereadores no Legislativo Macaense, o PSDB evidentemente terá candidato próprio a prefeito. Porém, não será o aludido deputado. Por duas razões intrínsecas. A 1ª é político-ideológica. O alcaide Riverton Mussi é sobrinho do deputado e concorrerá a reeleição pelo PMDB. Eles pertencem à mesma classe social (burguesia) e são parentes, portanto, da mesma oligarquia. A 2ª razão é político-eleitoral. A eleição de prefeito em Macaé é disputada em turno único, não aconselhando a oligarquia se dividir.
No início da era de domínio e opressão da oligarquia Mussi, isto é, no 1º mandato do alcaide Carlos Emir Mussi (1977-1982) ele reivindicou que o candidato unificado da classe e da oligarquia deveria ser o seu parente, o atual deputado federal tucano Sylvio Lopes. Porém, Lopes um ambicioso homem de negócios e suspeito de ter sido prestador de serviços informais do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) não aceitou; acabando por concorrer a prefeito em 1982 pela então legenda auxiliar da ditadura militar (PTB) contra o candidato da oligarquia por uma das sublegendas do PMDB, Geraldo Luiz de Paula Mussi. Por causa da divisão elegeu-se prefeito por outra sublegenda do PMDB, o recém egresso da pequena burguesia rural, Alcides Ramos.
Em 1988 não havia reeleição. Então, como o alcaide peemedebista Ramos não era mais colega de partido de Emir que tinha se bandeado para o PDT brizolista. Ramos não se fez de rogado indicou o vice, o ex-vereador e colega da pequena burguesia rural Nacif Salim e apoiou como candidato a prefeito Lopes que tinha largado o PTB e se filiado em outro partido de centro-direita, o PL (o atual PRB). A eleição de 1988 em Macaé teve três candidatos, mas desde o início se manteve polarizada em dois. A burguesia e consequentemente a oligarquia se dividiu. À direita do espectro político-ideológico Lopes foi o candidato a prefeito em uma coligação de vários partidos de centro e centro-direita, dentre o quais PMDB, PL (atual PRB), etc.
Ao centro o candidato a prefeito Emir encabeçou a populista coligação “Macaé Unida” junto com supostos partidos de “esquerda”, isto é, o então PCB (atual PPS), PC do B, PSB e PV. À esquerda, nos bons tempos em que a legenda mantinha o princípio da independência de classe, embora isolado ficou o PT com a candidatura a prefeito de Carlos Martins. Conseqüência do isolamento, o PT não conseguiu eleger algum vereador, ficando o Legislativo Macaense composto de 17 vereadores todos do espectro de centro-direita até o de centro-esquerda (populista). Lopes acabou se elegendo prefeito pela 1ª vez através de vitória apertada e suspeita sobre seu parente Emir (2º colocado). A seguir saiba como Lopes fingiu apoiar Azevedo para ajudar a eleger Emir pela 2ª vez.
PT perde a independência de classe e ajuda o continuísmo da oligarquia local.
Em 1992 duas questões passaram ajudar o domínio populista e opressor da oligarquia local. 1º, sem reeleição o ambicioso Lopes traiu o aliado Ramos e fingiu apoio à candidatura a prefeito de Cláudio Moacyr Azevedo (falecido). Ex-prefeito e ex-deputado estadual, Azevedo aceitou o teatral apoio de Lopes para sair do ostracismo e enfrentar o ex-aliado Emir. 2º, o PT abriu mão da independência de classe, aceitou a filiação e apoiou como candidata a prefeita a ex-aliada de Emir, a então vereadora Miriam Reid, egressa da pequena-burguesia rural. Na onda do Fóra Collor, apesar de seu pragmatismo o PT acabou alçado à 2ª colocação, elegendo dois vereadores. Para ajudar a 2ª eleição de prefeito de seu parente Emir, Lopes fez o teatro de apoiar Azevedo.
Em 1996 o PT acentuou o pragmatismo e apoiou outro vereador egresso da pequena burguesia rural, o médico “Carlão”, então no PPS. Por trocar de partido como de camisa, “Carlão” a exemplo do alcaide Riverton Mussi foram parar atualmente no PMDB. Todavia, em 1996 o palco montado para a 2ª eleição de Lopes foi o seguinte.“Carlão” enquanto vice-prefeito iludiu o PT, fazendo teatro de que tinha “rompido” com o alcaide Emir o qual, sem reeleição, acabou fazendo também o teatro de apoio ao presidente da mesa diretora da Câmara, vereador Paulo Antunes. Lopes que nunca foi bobo fez a vitoriosa campanha sob o slogan “Volta” e se elegeu pela 2ª vez alcaide de Macaé quando assumiu de vez o posto de patrono da oligarquia local.
Em 2000 já sob a reeleição Lopes não teve dificuldade. Ajudado ao mesmo tempo pelo turno único e pela populista e dividida oposição, ele derrotou as candidaturas do então presidente da mesa diretora da Câmara, vereador Paulo Lessa que logo em seguida se tornou seu assessor parlamentar e coordenador de campanha eleitoral e a da então deputada Miriam Reid que recebeu o equivocado apoio do PT. Em 2004 Lopes não pôde concorrer a nova reeleição. Então foi montado o seguinte esquema. O vereador da oposição “inteligente” Luciano Diniz chegou a ganhar as prévias do PT como candidato a prefeito, mas renunciou para ser o candidato à vice-prefeito na chapa encabeçada pelo ex-líder de Lopes na Câmara, o vereador “Fred” Koller (PMDB).
No meio da campanha a ex-vereadora e ex-deputada Miriam Reid então no ex-PFL (atual DEM) também renunciou como candidata a prefeita para apoiar a candidatura de “Fred”. Com isto, o esquema se completou. Do lado da oligarquia e com apoio do tio Lopes, evidentemente o candidato que acabou se elegendo prefeito foi o presidente da mesa diretora da Câmara, o vereador Riverton Mussi, então no PSDB. Do lado da falsa e populista oposição o candidato a prefeito 2º colocado foi “Fred” (PMDB). Em 2007 a maioria dos membros do diretório local acompanhou a fisiológica bancada de vereadores do PT, entrando para o governo municipal. O mesmo ocorreu com o fisiológico grupo de “Fred” que deixou o PMDB e foi para o PPS.
Em 2008 o alcaide Riverton Mussi (PMDB) concorrerá à reeleição. Seu tio, o deputado Sylvio Lopes colocou seu nome à disposição tucana e conseqüentemente da oligarquia. Por tudo aqui mostrado “A História se repete como farsa, tragédia ou ambas”.


*jornalista – é militante da corrente intra PT (Esquerda Marxista).

 

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