A oposicionista Conlutas sofre crise de oportunismo

A oposicionista Conlutas sofre crise de oportunismo: Quer fusão com a acusada de governista Intersindical!

Ecoa a crise da autodenominada Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) desde sua 1ª reunião-geral de 2008 que foi realizada no RJ, dia 28 de fevereiro e 01/02 de março último. Entidade de movimentos sociais, ela autoproclama ser a oposição de esquerda ao governo federal. A crise é causada por sua maioria na direção nacional (PSTU e PSOL) que quer a fusão da Conlutas com a Intersindical. Esta, embora dominada por PCB e PSOL, é acusada de ser governista. A crise deixa o 1º Congresso sem data, expondo o risco de racha na Conlutas. Haja vista, a dura crítica do auto-intitulado Pólo da Esquerda Revolucionária (PER) à direção nacional “PSTU e PSOL sacrificam a independência política da Conlutas para favorecer a política de unidade sem princípios com a Intersindical”. 

A reunião nacional da Conlutas foi iniciada no Sindjustiça, porém nos dias 01 e 02/03 se realizou em um auditório maior (Sindsprev) por causa do número de participantes ter superado em muito as expectativas. Já no debate sobre conjuntura internacional quando se inscreveram cinco contribuições foram travadas as 1ªs polêmicas da maioria na direção nacional da Conlutas com a parte da militância auto-intitulada PER: Três correntes da maioria na direção nacional tiveram cada uma 50 minutos de exposição, enquanto as outras duas apenas 10 minutos. Entre as polêmicas duas se destacaram: A denominada Revolução Bolivariana da Venezuela e o favoritismo do senador e pré-candidato pelo Partido Democrata Barack Obama na eleição presidencial estadunidense.


No debate da denominada Revolução Bolivariana venezuelana surgiram as 1ªs críticas do PER ao que foi considerada sintomática omissão de um coordenador-nacional-majoritário da Conlutas sobre o porquê do ziguezague político da organização do partido político dele (PSTU) que é a Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT). Ou seja, para o autoproclamado PER, após sete anos de ácidas críticas ao governo venezuelano que não era considerado sequer nacionalista, a LIT em 2006 apoiou a reeleição do presidente Hugo Chávez. Porém, em 2007 durante o plebiscito sobre a Reforma Constitucional a LIT fez campanha pelo Não junto com a golpista oligarquia venezuelana que é financiada pela CIA, a agência estadunidense para a espionagem imperialista.


Sobre as eleições presidenciais nos EUA: A militância do PER polemizou com um dirigente de uma corrente interna do PSOL e da maioria na direção da Conlutas quando ele conclamou o plenário a apoiar um considerado socialismo pela via reformista, no caso o senador e pré-candidato democrata Barack Obama. Obama foi caracterizado como “o de rosto negro criado para jogar sobre as costas dos proletariados estadunidense e mundial a crise imperialista”. Em plenário durante os dias 01 e 02 de março se acentuaram as duríssimas críticas da militância ao que foi considerado “processo liquidacionista da Conlutas via-fusão com a Intersindical assim como à continuidade em 2008 da política de unidade com entidades governistas ocorridas em 2007”.          

          
Tais duríssimas críticas acabaram isolando nos debates em plenário a maioria na direção nacional da Conlutas (PSTU) que é o maior defensor da fusão com a Intersindical, causando por conseqüência as abstenções dos dirigentes do Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes) e também de parte dos delegados ligados ao PSOL. Exemplos: A direção nacional da Conlutas se calou acerca do seu grave equívoco em ter orientado a direção do sindicato estadual dos funcionários da justiça do Pará (Sinjep) a avocar a justiça burguesa do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o direito de greve daquele funcionalismo; o quê levou o STF a fazer aquilo que nem a ditadura militar fez: A proibição jurídica do direito de greve.

Luta interna põem em risco o Congresso e a sobrevivência da Conlutas!

Realizada às vésperas do Dia Internacional das Mulheres (08/03), a 1ª reunião-nacional da Conlutas debateu a data. Sua maioria na direção nacional (PSTU e PSOL) acabou passando pelo constrangimento de rejeitar levar a voto uma moção de repúdio à presidente do PSOL, a ex-senadora Heloisa Helena, por ela se aliar reacionária e incoerentemente à direita burguesa nos níveis institucionais religiosos e políticos-partidários. O constrangimento só não foi maior que este feito por uma militante do autointitulado PER “se, conforme defende a maioria na direção nacional da Conlutas (PSTU) a frente política em unidade com a Intersindical, a contradição é mesmo dela (Intersindical); por quê é sempre a Conlutas que rebaixa seu programa?”


A 2ª reunião-nacional da Conlutas será nos dias 16, 17 e 18 de maio, em São Paulo (SP) e seu 1º Congresso ainda não tem data definida; apesar disto estranhamente é anunciado que o evento conta com 20 teses inscritas (sic). Para se ter uma idéia acerca da dimensão desta crise na Conlutas: A entidade foi fundada há poucos anos atrás para ser uma alternativa à Central Única dos Trabalhadores (CUT) uma vez que o aparelho cutista representado por sua direção majoritária e hegemônica a tem degenerado, transformando-a numa central operária, de massas sim, mas não independente e sim a serviço da burguesia, do capital e do imperialismo. Já a Conlutas foi fundada com a descaracterização de não ser uma central sindical, mas sim uma central de movimentos sociais.


Ocorre que a unificação nacional em uma central de movimentos sociais distinta de uma central do movimento sindical foi posta em prática antes da fundação da Conlutas através da Central de Movimentos Populares (CMP). A crise da Conlutas tem o significado de deixá-la no mato para caçar sem cachorro, mostrando que não basta fazer a bravata ultraesquerdista de autoproclamar ser uma pretensiosa coordenação nacional da luta de classe. Não é mera coincidência que a maioria hegemônica da direção nacional repita na Conlutas o misto de sectarismo ultraesquerdista com oportunismo que é praticado no PSTU, PSOL e PCB. Afinal, eles não põem mesmo em prática os geniais ensinamentos de Marx, Engels, Lênin e Trotsky “A classe operária é o motor da História”.   


*jornalista - é militante da corrente intra PT (Esquerda Marxista) e coordenador-nacional de Organização e Formação Política do Movimento Negro Socialista (MNS).   
                       

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