Mas voltando ao tema da nossa aula digo-vos a competência surge de diversas formas, sendo que a de amar é a que todos temos a obrigação de querer aprender, de forma genuína e simples.
A vida é curta e sem prazo pelo que mais vale começar desde já a matéria.
Redistribuam-se pela sala de aula, sejam meninos educados e evitem fazer muito barulho, o que tenho para vos contar é a beleza em estado puro.
Indo directo ao assunto torna-se mais fácil e para o conseguir preciso de harmonia à minha volta.
Até certo ponto entendo-vos, sois crianças e precisais de expandir a vossa glória de viver, por isso pulai, podeis pular de alegria, mas atenção sem se agredirem...
Depois de estarem todos sentados vamos então começar a história.
Então meninos e meninas... preparados?
Foi num dia de Céu azul, passeava um bando de andorinhas fazendo adivinhar a chegada da Prima Vera que sempre provocava um enorme alvoroço na aldeia pouco habituada a gente nova, todavia engalanados para aquele dia sempre especial.
A vida parecia ganhar novas tonalidades quando ela chegava, sempre naquele dia, de Inverno no Hemisfério norte, lá para os lados de Fafe, na aldeia dos pais, no canto mais Ocidental da Europa, vinda das terras de Vera Cruz.
Todos se uniam junto à lareira, as avozinhas juntavam os netinhos e reviviam-se histórias do antigamente como se ela fosse presença habitual há muitos e muitos anos, olhos que brilhavam, de alegria, por vezes chorando mesmo.
Iam todos em procissão, cada um com a sua prenda especial para a presença que fazia viver todos no paraíso das nuvens fofas e dos anjos que cirandavam espalhando a alegria dos justos e simples.
Mas algo de estranho pairava no ar, uma melodia começou a ouvir-se pela aldeia inteira, algo que nunca se houvera contemplado, como se brotasse da alma dos deuses que se haviam transformado num só para celebrar aquela presença habitual. Mas era estranho apesar de belo, no ar começou a nascer uma espiral de frondosas flores de todas as espécies e pareciam ser elas a cantar. Todos olhavam para o Céu com alegria e doçura e tentavam seguir o canto mágico das flores encantadas.
Até que, no êxtase da celebração do regresso da filha amada, desceu dos Céus a menina amada de todos, em pose tranquila de doçura pelos que se encantavam com a sua presença sempre leve, alegre e maravilhosa. E com a certeza de que as avozinhas no ano seguinte teriam outros motivos de interesse para juntar à lenda da menina que vinha todos os anos das terras de Vera Cruz até à pequena aldeia de Fafe, no extremo norte de Portugal para dar luz, cor e esperança às gentes que tanto a amavam!
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Autor: Manuel Marques