Muitos acreditam que a arte naif, palavra que significa ingênua, em francês, por não ser acadêmica, não se estuda, mas se sente. Marcada por imagens do cotidiano e pela pureza de traços, cores e formas, a arte naif espalha-se por França, Haiti, Iugoslávia, Itália e Brasil, mantendo um mercado bem específico.
Assim, por ela não se incluir nos estilos conhecidos, manifestar-se-ia como uma arte submetida às suas próprias leis. Suas principais características seriam não ter perspectiva, o desenho rústico e a ausência da mistura de cores, já que os artistas não teriam conheicmento técnico.
O fato é que a arte naïf é um estilo que existe há milênios, desde quando o homem desenhava cenas de caça nas paredes das cavernas. Esses artistas são autodidatas no sentido de que não receberam influência ou orientação de um professor de Belas Artes. Começam a pintar por impulso e procuram resolver as dificuldades técnicas com meios próprios. Suas figuras não são perfeitamente desenhadas e há "erros" de simetria e perspectiva quando se lança sobre esses trabalhos um olhar tradicional. No entanto, a experiência da prática pode levar a uma técnica apurada ao longo dos anos.
A pureza e a ingenuidade dos naifs mais autênticos, nesse sentido, estaria no fato de eles não quererem provar nada, buscando apenas expressar seus sentimentos por meio da arte.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.