Por mais que o termo empoderamento feminino seja questionado por muitos, o filme ‘Colette’, dirigido por Wash Westmoreland, ao enfocar a obra e a vida da escritora francesa Sidonie Gabrielle Colette (1873 - 1954), traz discussões essenciais sobre a mulher no começo do século passado que cabem muito bem no amplo espectro do termo.
Colette foi pioneira em muitos sentidos. Interpretada no filme com a competência habitual por Keira Knightley, a escritora lançou seus primeiros livros com o nome do marido, conhecido pelo pseudônimo Willy. Neles, conta, com diversos elementos autobiográficos, a trajetória de uma adolescente no interior e suas experiências em Paris.
O sucesso foi extraordinário, principalmente entre as jovens francesas. Colette, mais tarde, entrou na justiça para ser reconhecida como a legítima autora. Mais significativo ainda é o relacionamento dela com mulheres, mesmo quando casada, além de protagonizar cenas ousadas nos palcos, como atriz e bailarina, tendo um espetáculo cancelado no Moulin Rouge.
Conhecer um pouco da vida de Colette, por meio de uma cinebiografia, desperta o interesse por retomar a sua obra, que tem ‘Gigi’, que se tornou filme e musical na Broadway, como destaque. Seu comportamento questionador para a época, demonstra pioneirismo, tanto no seu respeito aos direitos de autora como nas escolhas sexuais. Para ver e refletir...
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.