Não são poucos os seres humanos que se dizem tomados por uma tristeza profunda. Ela pode ser definida de várias maneiras, principalmente pela falta de ânimo e disposição para realizar qualquer tipo de atividade. Manifesta-se em diferentes graus de intensidade, podendo ser passageira ou resultar em depressão.
O aspecto mais grave da tristeza é que ela adquire a característica de uma insatisfação que desvaloriza da existência individual e social e da realidade como um todo. Os motivos desencadeadores podem ser muitos, desde uma desilusão amorosa à perda de um emprego ou a morte de um amigo ou familiar.
O fato é que a pessoa afetada psicologicamente demonstra, entre outros sintomas, dois muito importantes e de densas consequências: a falta de vontade de desempenhar tarefas rotineiras e a resistência de conviver socialmente. A potência de agir diminui e traz consequências para a vida pessoal e profissional.
Outro dia, no metrô paulistano, ouvi um curioso conselho de um passageiro a uma pessoa triste. Assumindo ser um leigo, sem nenhuma pretensão de ser psiquiatra, psicólogo ou psicanalista, apenas aconselhou a ouvir ‘Ousadia e Alegria’, na voz do cantor Thiaguinho.
Ouvindo os versos “O nosso lema é ousadia e alegria/A nossa cara é pagode todo dia/
Cheio de estilo na pressão eu vou com tudo/Só espalhando ousadia pelo mundo” é impossível ficar parado. A música traz um convite à felicidade saudável para enfrentar momentos de tristeza. Claro está que se esses momentos de melancolia se prolongam em direção a um quadro de depressão, a consulta e acompanhamento de um profissional da área de saúde é fundamental.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.