Foram divulgado pela direção e pelo estreante na agremiação o carnavalesco Wagner Gonçalves, a logomarca e o texto de apresentação do tema-enredo 2019 da escola de samba União do Parque Curicica (UPC) na 3ª divisão/Série B do Carnaval carioca, cujo título é: “Eu vi Deus, Ela é negra!”.
Assim, o texto que já na 1ª frase diz que “se trata de uma grande homenagem a todas as mulheres negras das periferias do Brasil”, também afirma que narrará/retratará a História de mulheres, que desde o início, foram e são discriminadas/oprimidas por serem pobres & negras.
Provavelmente por isso, diversos órgãos de comunicação social chegaram a noticiar que o tema-enredo iria contar com um viés artístico-cultural & fio condutor homenageando a vereadora carioca pelo PSOL, Marielle Franco de 38 anos (27/07/1979 a 14/03/2018) que foi executada/assassinada a tiros juntamente com o motorista dela Anderson Gomes, este de 39 anos. O que poderá vir a ocorrer.
O fato é que o último & melhor desempenho/resultado de um tema-enredo desse tipo misto de afro e de homenagem a uma cidade apresentado pela UPC, ocorreu em 2005 na 4ª divisão/Série C do Carnaval carioca. Na oportunidade, a agremiação se sagrou campeã e o título do enredo desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Caribé, foi: “Bahia de São Salvador, o Porto Seguro do Brasil”.
Já o último trabalho desenvolvido pelo carnavalesco Wagner Gonçalves em um tema-enredo assim chamado de afro & de homenagem a uma mulher negra que tenha sido figura histórica, ocorreu na 10ª colocação da escola de samba Inocentes de Belford Roxo em 2014, na 2ª divisão/Série A do Carnaval carioca. Cujo título do tema-enredo foi: “O triunfo da América - o canto lírico de Joaquina Lapinha”.
Significa dizer que no tema-enredo: “Eu vi Deus, Ela é negra!” que o carnavalesco Wagner Gonçalves desenvolverá para a escola de samba afilhada-portelense a tricolor em azul-vermelho-branco União do Parque Curicica, pode ser que venha a ter alguma (merecidíssima) homenagem à vereadora-mártir Marielle Franco por ela ter sido assassinada/executada a tiros exatamente pela causa de suas lutas enquanto pobre, mulher e negra.
Porém, nesse texto de apresentação e, não, sinopse do tema-enredo: “Eu vi Deus, Ela é negra!”, embora a vereadora-mártir fosse católica. Ou seja, cristã em relação à Deus e à bíblia, não está claro se tal homenagem ocorrerá.
*torcedor da Portela – é jornalista.