Em meio aos autorais & hipócritas enredo e samba-enredo 2018 da Beija Flor (BF) intitulados: "Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu" foi correto o veto à inclusão da expressão (ladrão) ensaiado pela politicamente alienada comunidade-adepta da agremiação nilopolitana. Haja vista, obviamente que com outras palavras, quando do anúncio oficial da escolha do título-tema de tais enredo & samba-enredo, o presidente de "honra" da BF que é um nefasto empresário zootécnico alertou: "Vetarei qualquer palavra que signifique ataque ético-moral a quem quer que seja --- pode sobrar pra mim".
É que o presidente de "honra" da BF é torcedor da Estação 1ª de Mangueira em cuja agremiação o pres. executivo igualmente vetou a inclusão da palavra (universal) na letra do samba-enredo 2018 da verde-rosa: "Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco" que foi inspirado na marchinha carnavalesca de 1944 intitulada "Eu brinco". Porém, populistamente considerado de "crítica" ao atual prefeito carioca que é burguês, neopentecostal bispo-licenciado da Igreja Universal do Reino de "Deu$" consequentemente intolerante com os desfiles das escolas de samba. Mas, nomeou como Secretária Municipal de Cultura, uma mangueirense.
Ademais, sendo ex-colaborador da ditadura militar (1964-1985) o torcedor mangueirense-pres. de "honra" da BF tem consciência de que em 1974, pra se livrar da censura, o genial Chico Buarque sob os pseudônimos de compositores
Julinho da Adelaide e Leonel Paiva, compôs e gravou a obra-prima de samba crítico: "Acorda, amor" cuja íntegra da letra é: "Acorda amor/Eu tive um pesadelo agora/Sonhei que tinha gente lá fora/Batendo no portão, que aflição/ Era a dura, numa muito escura viatura minha nossa santa criatura
chame, chame, chame, chame o ladrão. Acorda amor/Não é mais pesadelo nada/Tem gente já no vão da escada fazendo confusão, que aflição/São os homens, e eu aqui parado de pijama eu não gosto de passar vexame chame, chame, chame, chame o ladrão. Se eu demorar uns meses convém às vezes você sofrer/Mas depois de um ano eu não vindo/Ponha roupa de domingo e pode me esquecer. Acorda amor que o bicho é bravo e não sossega se você corre o bicho pega se fica não sei não/ Atenção, não demora dia desses chega sua hora não discuta à toa, não reclame chame, clame, clame, chame o ladrão". Por sua vez, na letra do samba-enredo 2018 da BF a expressão (ladrão) seria incluída logo após o verso onde diz: "(...) ganância veste terno e gravata (...)" cuja íntegra é: "Sou eu…/Espelho da lendária criatura/Um mostro…/Carente de amor e de ternura/O alvo na mira do desprezo e da segregação/Do pai que renegou a criação/Refém da intolerância dessa gente/Retalhos do meu próprio criador/Julgado pela força da ambição/Sigo carregando a minha cruz/A procura de uma luz, a salvação! Estenda a mão meu senhor/Pois não entendo tua fé/
Se ofereces com amor/Me alimento de axé/Me chamas tanto de irmão/E me abandonas ao léu/Troca um pedaço de pão/Por um pedaço de céu?/Ganância veste terno e gravata/Onde a esperança sucumbiu/Vejo a liberdade aprisionada/Teu livro eu não sei ler, Brasil! Mas o samba faz essa dor dentro do peito ir embora/Feito um arrastão de alegria e emoção o pranto rola/Meu canto é resistência/No ecoar de um tambor/Vêm ver brilhar/Mais um menino que você abandonou. REFRÃO: Oh Pátria Amada, por onde andarás?/Seus filhos já não aguentam mais!/Você que não soube cuidar/Você que negou o amor/Vem aprender na Beija-Flor".