A jornalista e a prefeita

Em que se assemelham, a esposa do presidente da Câmara dos deputados e a ex-prefeita de Bom Jardim? As aparentes facilidades do poder, a ostentação e o desprezo pelo outro. As facilidades existem, mas nem sempre são eternas, apesar de abastecidas pela falta de investigação, corrupção passiva e impunidade. A ostentação é a irmã invejosa da vaidade, aquela que não se contenta em sentir-se bem, é preciso a exposição banal e a humilhação alheia. O desprezo pelo coletivo engrossa o caldo da injustiça social e assegura a permanência dos privilégios.

Cláudia Cruz e Lidiane Leite representam a velha cara de uma sociedade que não esperava que pudesse ser pega com a boca na botija; nunca imaginaram que as contas do La Tour D’Argent, suas milhagens extravagantes, a quilometragem de seus Porsches e as griffes de suas roupas deixassem de ser um prato na mesa dos invejosos e virassem réus cabisbaixos diante da opinião pública atenta.

Como dizia Mario Lago e Ataulfo Alves: “Ai que saudades da Amélia”. Apesar de render muita contradição, principalmente se for considerado o viés feminista. Amélia é o protótipo da mulher submissa, do lar, adjetivo dado à mulher que não trabalhava fora. Paradoxalmente à evolução natural entre as gerações, a mulher que lutava para sair das garras do provedor machista, fez uma autocrítica e percebeu que Amélia fica ruim quando interpretada no pejorativo. 

As mulheres têm orgulho em trabalhar fora e em casa, ou só fora, ou só em casa. Muito dessa conquista vem da evolução masculina que percebeu, a tempo, que ter um carro Gol não quer dizer que prefira o futebol à sua esposa, e que ter um carro Picasso também pode ser admiração pelo artista plástico espanhol. 

Estou esperando com ansiedade o dia em que, jantando em um restaurante, Cláudia vai repreender Eduardo: - “Seu merda, levanta a meia, sua tornozeleira está aparecendo, ninguém usa mais uma assim. Eu te falei para comprar essa da Louis Vuitton que eu estou usando. Vou ligar para a Lidiane, ela tem um contato lá na Papuda. Não aprendeu nada com o Maluf”.

Ricardo Mezavila

publicidade
publicidade
Crochelandia

Blogs dos Colunistas

-
Ana
Kaye
Rio de Janeiro
-
Andrei
Bastos
Rio de Janeiro - RJ
-
Carolina
Faria
São Paulo - SP
-
Celso
Lungaretti
São Paulo - SP
-
Cristiane
Visentin

Nova Iorque - USA
-
Daniele
Rodrigues

Macaé - RJ
-
Denise
Dalmacchio
Vila Velha - ES
-
Doroty
Dimolitsas
Sena Madureira - AC
-
Eduardo
Ritter

Porto Alegre - RS
.
Elisio
Peixoto

São Caetano do Sul - SP
.
Francisco
Castro

Barueri - SP
.
Jaqueline
Serávia

Rio das Ostras - RJ
.
Jorge
Hori
São Paulo - SP
.
Jorge
Hessen
Brasília - DF
.
José
Milbs
Macaé - RJ
.
Lourdes
Limeira

João Pessoa - PB
.
Luiz Zatar
Tabajara

Niterói - RJ
.
Marcelo
Sguassabia

Campinas - SP
.
Marta
Peres

Minas Gerais
.
Miriam
Zelikowski

São Paulo - SP
.
Monica
Braga

Macaé - RJ
roney
Roney
Moraes

Cachoeiro - ES
roney
Sandra
Almeida

Cacoal - RO
roney
Soninha
Porto

Cruz Alta - RS