Que crise é essa, em que um deputado federal tem verba de R$ 78 mil mensais para contratar, no mínimo cinco e no máximo vinte e cinco secretários em seu gabinete? São 513 deputados, o que corresponde a R$ 40 mi por mês; Que crise pode haver em um país em que um juiz recebe, além de seus altos salários, mais R$ 1 mil reais para custear a educação de seus filhos e dependentes, dos oito aos vinte e quatro anos, enquanto faltam creches para os filhos dos trabalhadores?
Que crise nada! Não pode haver crise em uma nação que paga auxílio moradia, de saúde, de cotas gráficas, de transportes e de viagens, aos parlamentares que ganham R$ 33 mil mais as cotas das sessões extras. Os deputados custam aos cofres públicos, aproximadamente R$ 75 mi.
Crise? Claro que não há crise, se houvesse crise os senadores, que possuem apartamentos funcionais, não optariam pela verba de R$ 3,8 mil para cobrir despesas com aluguel ou diárias de hotel. A crise não chega a um país onde um senador tem a conta de seu celular ilimitada e uma cota de R$ 500 de telefone fixo, pagas com dinheiro que podia estar na educação. Ainda recebem passagens aéreas e trezentos litros de gasolina por mês.
A crise passa longe quando um senador recebe verba mensal de R$ 15 mil a título indenizatório, para manter um escritório em seu estado de origem e custear seus compromissos parlamentares.
São esses senhores que querem o circo pegando fogo, pois a crise não alcança suas mordomias. Estão unidos e em bloco para não permitir que a crise econômica, que é global, seja amenizada. Não colaboram como deveriam, votando e criando alternativas para essa situação. Donos de um cinismo macabro e escandaloso, não defendem os direitos de quem os elegeu, e ainda promovem o terrorismo golpista.
Ricardo Mezavila
Escritor