Ano a ano o espaço ocupado pelas mulheres em cada setor da sociedade avança. Para uns em um ritmo aquém do que poderia ser, mas o fato é que a mudança é notória no que diz respeito não só a presença delas no mercado de trabalho como a capacidade de liderança. Nas vésperas do Dia Internacional dedicado a elas, não há como não nos rendermos ao poder que exerce o comando rosa da mulher brasileira
Na política, no esporte, no mundo corporativo, enfim, em toda a parte, elas estão em destaque, transformando conceitos, quebrando paradigmas. De acordo com estudo realizado pela Serasa Experian, o Brasil possui mais de 5 milhões de mulheres empreendedoras, o que representa quase 10% da população feminina do país. Significa também que quase 43% dos donos de negócios no Brasil são mulheres. Além disso, o cargo de presidente de empresas ocupado pela classe feminina cresceu mais de 10% no País de 2012 para 2013.
Mas nem tudo são rosas. A mesma pesquisa revelou que as mulheres ainda sofrem preconceitos e, mesmo sendo maioria nas pequenas e médias empresas, apenas 0,2% são sócias nas grandes. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2013 revelou que as mulheres recebem, em média, um salário 26,5% mais baixo do que os homens que se encontram no mesmo nível. E o relatório de desigualdade de gênero do Fórum Econômico Mundial de 2014 indica que o Brasil está em 71º lugar no ranking que se refere à equiparação salarial.
Infelizmente, é evidente a desproporção, porém avançamos e assim continuaremos. Nas forças militares, por exemplo, elas já representavam em 2013 quase 7% do efetivo em todo o território nacional, segundo o Governo Federal. Na Polícia Militar do Rio de Janeiro, a presença delas vem crescendo e algumas já se destacam. É o caso da Major Priscilla Azevedo, comandante da 2ª APP (Área de Polícia Pacificadora), que é a primeira mulher a ocupar uma posição estratégica na Superintendência de Planejamento Operacional da Secretaria Estadual de Segurança, assim como é a policial com o cargo mais alto no programa das UPPs.
Não podemos deixar de destacar outros nomes que já entraram para a história do Brasil, como a presidente Dilma Roussef e a primeira presidente da Petrobras, Graça Foster; e do mundo, como as presidentes Angela Merkel, da Alemanha, e Cristina Kirchner, da Argentina, além da embaixadora da ONU, Waris Dirie.
Enfim, a estrada é longa e elas já caminharam bastante. E o fato de ocuparem cargos estratégicos e de grande visibilidade é porque demonstram alta capacidade de gestão e liderança. O “comando rosa” não é uma tendência, mas uma realidade que traz para o mundo uma nova forma de gerir. Na maioria das vezes com uma dose a mais de visão humana e senso de justiça. Parabéns a todas as mulheres.
Advogado criminalista