Depois de nove meses sendo gestado no ventre de sua progenitora, chegou o dia tão feliz e esperado por ela e por todos os seus familiares. A criança nasceu, um nome se deu.
Naquele primeiro momento a criança recebeu o colostro como seu primeiro alimento, mas junto não veio o manual de instrução para a vida.
A criação tivera sido toda no interior, era matuto. Quando jovem ouviu um boato de que na cidade grande a vida era diferente; então arrumou suas coisas, pediu benção a sua mãe e foi embora.
E aquela que um dia o tivera, de certa forma não compreendia que os filhos são feitos para o mundo. Por isso ficou parada na porta a olhá-lo, enquanto ele, seguia seu caminho sem sequer olhar para trás.
Ele se foi, a vida passou. Casou-se e não convidou sua mãe, mas logo já iria se desquitar.
Trabalhou em diversos setores, mas em nenhum conseguiu se adaptar. Foi pedreiro, pintor, marceneiro e até padeiro.
Não ouvia ninguém, achava que a vida era bruta; e com tamanha brutalidade a tratava. Em seu casamento não houverá tido tempo para ter tido um filho, nessa altura estava completamente sozinho numa cidade grande; sua única companhia era a cachaça que o fazia feliz por um momento.
Sua mãe que estava no interior, e que nunca o esquecerá; conquanto todas as manhãs fazia uma prece pelo filho.
Numa manhã, impelida pelo sexto sentido materno, decidiu visitar o filho; ao chegar, a decepção..
Ela mandou que ele arrumasse as suas coisas pois ela o levaria de volta para casa. Ele pegou uma bolsa de supermercado, colocou tudo o que possuía e com a roupa do corpo e um chinelo, saiu com a sua mãe.
Hoje é o dia do seu suplício, estão os dois sentados um ao lado do outro dentro do ônibus de regresso para o interior.
Ela com 86 anos de idade e ele agora já com 53. E seu olhar que era fixo no horizonte ficava como a dizer: A vida me organizou um espetáculo e eu estraguei com a festa.