Campos dos Goytacazes, uma terra sem-lei e sem perspectivas

Até parece que eu já vi esse filme antes. Basta dar uma olhada pelo retrovisor e ver nos longínquos anos do século XVII, o início de uma fase conturbada da história dos campos dos goytacazes. Como a história é por demais conhecida, e às vezes esquecida, recorro ao velho amigo Osório Peixoto e seu livro "Os Momentos decisivos da história dos Campos dos Goytacazes", onde ele narra o início da saga dos Assecas e a luta de Benta Pereira para moralizar a situação dos campistas, que de repente passaram a ser assaltados e roubados por uma família que alegava ser a dona dessas terras. 

Mas por quê, recorro a este fato da história? Porque atualmente, o município de Campos tem vivido um momento conturbado e isso desde 2000, pelo menos. Já tivemos prefeito recém-empossado ser cassado, vimos eleições serem anuladas, brigas políticas que não param, acusações de corrupção de ambas as partes e o que é pior, a inoperância da Justiça que até o presente momento, não dá uma solução para todo esse impasse.
Pior ainda, é ver uma cidade que está dividida de outra forma. Enquanto os servidores públicos municipais (digo dos comissionados para cima), acham que o povo é tolo, e que tudo está "às mil maravilhas", por outro lado, o povo tem certeza de que na prefeitura só tem bandido e corrupto.
Superfaturamento de compras efetuadas sem licitação, já se tornaram uma praxe. Isso sem falar das obras que foram superfaturadas, ou que nunca foram feitas, mas foram pagas.
Escândalos envolvendo um ex-prefeito e sua esposa, então nem se fala. O povo já cansou de ver um dos jornais da cidade divulgar o superfaturamento no pagamento de shows ao ar livre no Jardim São Benedito e na Praça do Liceu.
Parodiando um antigo cordelista que viveu nessas planícies, diria: "e até agora a justiça, nada!".
Até que ponto iremos parar diante de tantos escândalos? Quando é que a Justiça, realmente vai dar o ar da graça, e resolver os problemas administrativos dessa cidade que é tão rica financeiramente, graças aos royalties do petróleo, mas que é tão pobre de homens públicos interessados no desenvolvimento da região? Até onde isso tudo irá parar?
Hoje, 26 de setembro de 2007, um dos jornais publica que o juiz Pedro Henrique cobrou na Justiça, o repasse de verbas para as obras assistenciais dos projetos para crianças e adolescentes que foram vítimas de maus-tratos, e outras situações.
Diante de tantos fatos, e tanta corrupção, só lamento dizer que estou na terceira margem do rio, tentando inutilmente ver na linha do horizonte, um sinal de mudança, um sinal dos novos tempos, um sinal de que tudo isso irá acabar. De que a Justiça será feita. Teremos prefeitos, ex-prefeitos, assessores e secretários cassados, devolvendo tudo o que tiraram dos cofres públicos.
Mas ainda assim, só me sentirei satisfeito, quando realmente surgir no horizonte alguém que tenha compromisso ético e moral, para iniciar um novo projeto de governo. Que utilize a máquina administrativa pública com transparência. Uma pessoa que tenha compromisso com a sociedade e prepare o município para um futuro que ainda não podemos vislumbrar, mas que só temos o conhecimento, de que um dia o petróleo irá acabar, e com ele os royalties também. E de que forma o município irá gerar receita para suprir todos os custos administrativos e ter recursos para investir na melhoria da qualidade de vida da população?
Acho que, por enquanto, a linha do horizonte, da terceira margem do rio continuará escura. Até a próxima semana!

Paulo de Almeida Ourives é jornalista recém-formado pela Faculdade de Filosofia de Campos.

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