Vejam bem um acontecido... Dentista de estrelas globais, aqui do Rio de janeiro, foi pro Pantanal Matogrossense pescar... Hotel Pousada luxuoso. Levou o filho recém formado em odontologia. De tarde, alugaram uma canoa com pequeno motor de popa. O pobre condutor era magro e desdentado. Difícil era entender o que este nativo falava... Adentraram num ‘braço’ de rio... O canoeiro escutou um trovão. E afirmou...: “Nois podi morre”. Pai e filho riram... O sujeito encostou a canoa na margem, e pediu ajuda para os dois “cultos”. Puxaram a canoa pra bem longe d’água... Ele sacou um facão e começo a cortar galhos... Fez uma estrutura e colocou a canoa – de cabeça pra baixo – em cima da armação dos galhos. Continuou cortando mato e colocando nas laterais. Em menos de cinco minutos, aprontou uma sólida cabana. Desabou um violento temporal que durou a noite toda. Em sua mochila, o nativo tinha um litro de aguardente. Que foi totalmente consumida pelos três, durante a madrugada. De manhã cedo, sol forte... Duas lanchas da Defesa Civil e um helicóptero, procurando “os corpos”. Todos bem vivos!!! Os cariocas bêbados... Com a consciência bem pesada, o dentista comprou um grande barco, com motor de centro, e deu de presente para o tal nativo “inculto”. Deu também um “bolo” de dinheiro! Cabe uma séria reflexão! O analfabeto salvou a vida dos dois... Com sua nativa CULTURA!!!
Tem mais... Grande PIPIU. Querida figura. Bom caráter... Tem mais de seis anos que mora em nosso sítio. Trabalha fora. Nunca cobrei aluguel dele. Nos ajuda com o maior empenho, quando precisamos. Faz de tudo. E, pagamos por seus serviços. Nunca faltou sua garrafa de pinga, na mesa da cozinha de nossa casa. Ele é de casa!
De pouca leitura, é culto, de seu adorável jeito. Pedi para ele pegar a bicicleta e buscar meu filho, na pista. A Mãe do meu moleque – que toca um jornal aqui na região – estava com jornalistas dentro do carro. Meu filho quando o avistou...: “Oi Pipiu! Tudo bem?”. Veio a resposta...: “Melhor agora, com sua presença”. Que bonito. Os jornalistas ficaram impressionados. E gostaram muito. Ele afirma sempre – e suas palavras saem do fundo do coração – que...: “Ancin qui nois veve. Calquer coisa, nois divide”. Certa feita, meu filho levou uma grande bronca minha. Riu dos erros de português... Eu sou incapaz de corrigir os “acertos” deste admirável sujeito; que tem o meu respeito e admiração!!!
É a vida!!!