A presidenta Dilma Rousseff acaba de dar uma declaração que prenuncia banhos de sangue durante a Copa, quando os olhos do mundo inteiro estarão voltados para o Brasil:
"A Polícia Federal, a Força Nacional de Segurança, a Polícia Rodoviária Federal, todos os órgãos do governo federal estão prontos e orientados para agir dentro de suas competências [contra as manifestações de protesto durante o Mundial da Fifa] e, se e quando for necessário, nós mobilizaremos também as Forças Armadas".
Tudo que havia a ser dito, eu já disse num artigo de três semanas atrás:
"O perigo aumenta com a cartilha repressiva lançada sorrateiramente pelo ministro da Defesa no finalzinho de 2013 (vide aqui), abrindo a possibilidade de que as Forças Armadas venham a ser acionadas para reprimir black blocks, indignados e rolezeiros. Aí as mortes de civis serão praticamente uma certeza; faz parte da cultura militar esmagar o inimigo, o que é catastrófico quando se lida com cidadãos do próprio país. Deus nos acuda!"
O verso que eu citei no título é da música "Tiradentes", de Chico de Assis e Ary Toledo. Houve um tempo em que a Dilma se indignava com a péssima cena do Visconde de Barbacena. Agora, por uma ironia da História, poderá ser ela a tirar a focinheira dos pitbulls.
Deveria lembrar que em 2008, quando os militares foram, por motivos eleitoeiros, designados para policiarem os favelados do Morro do Providência e se tornaram cúmplices da tortura e assassinato de três jovens por parte de traficantes rivais (vide aqui), o prestígio daquele a quem se pretendia beneficiar (Marcelo Crivella, candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro) despencou a tal ponto que ele nem sequer chegou no 2º turno. Com os caixões atados aos pés, Crivella foi arrastado para o fundo do poço.
Se, novamente, a utilização das Forças Armadas em situações para as quais não se prestam, resultar na morte de civis -e isto em pleno Mundial!-, a reeleição virará pó.
Quem avisa, amigo é.