Ao dialogar com os seus liderados, não radicalize o debate, faça-o democraticamente, afinal o diálogo é o exercício da mente civilizada. Fale, ouça, pondere. Seja receptivo quando as ideias sugeridas tiverem conteúdo; refute-as educadamente quando inócuas.
Sempre que dialogar, cuidado com o que diz e como diz, principalmente ao sexo oposto e pessoas com discernimento restrito. Seja num papo formal, ou informal, se você se expressar mal, ou se for mal compreendido, repercussões negativas podem advir e macular sua liderança. Insolências, frases capciosas, piadas fora de hora devem ser evitadas. Em momentos tensos, palavras duras podem suscitar acirramentos. “Pegue leve”. Use termos que desarmem os espíritos. Já em momentos descontraídos, fale “leve e solto”. E se você contar piadas, tenha em mente que nem sempre quando eles riem é porque teve graça; muitas vezes é somente para agradá-lo...
Não seja prolixo, nem fale pelos “cotovelos”. Quando alguém fala sem parar sobre todos os assuntos acaba por dizer pouco do que sabe e muito do que desconhece. E também não entre mudo e saia calado... Meça o que disser pelo tamanho do assunto. Você tanto é avaliado pelo que diz quanto pelo seu silêncio. Seja prático, direto, objetivo. Vá ao cerne da questão sem rodeios ou digressões. Não queira mostrar-se um filósofo, às vezes de causas banais. Quantos bons líderes veem-se com problemas por não concatenar pensamento e fala, verbalizando o secundário e se esquecendo do principal.
Liderar pessoas é liderar mentes, almas e corações. Suas ações, seu comando, suas ordens, tudo é milimetricamente filtrado pelos funcionários. E você pensa que entre eles não comentam sua postura? Não tenha dúvidas que sim. Ou elogiam ou repudiam. É prudente, pois, vez por outra, captar a opinião do grupo com relação à sua performance como líder. Ouça, avalie e corrija-se no que não estiver em bom-tom.
Debater assuntos que são afetos à equipe é função do líder; quando urgentes, não devem ser procrastinados um segundo sob pena de prejuízos imprevisíveis. Domar os nervos, ter paz interior, serenidade no semblante e olhar diretamente para o grupo, é receita aconselhável para que o debate não se transforme em embate. E, se houver contestações, não se esqueça que a tolerância é um recurso a ser aplicado.
Busque, sempre, deixar a porta do diálogo franqueada para os seus funcionários, porque ao fazê-lo você estará melhorando para eles e, ao mesmo tempo, melhorando para si mesmo.
Inácio Dantas
(do livro “Liderança e Gestão Descomplicada” www.amazon.com.br)
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