Uma boa notícia é que a péssima repercussão do tapetão armado para salvar o Fluminense da série B do Brasileirão talvez inviabilize, desta vez, a mutreta anunciada.
Uma má notícia é que, se o ministro do Esporte continuar omisso e abúlico, outras maracutaias virão depois da Copa do Mundo, quando já não houver o receio do que vão dizer lá fora.
Outra boa notícia é que a internet e a vergonha na cara de alguns profissionais da grande imprensa estão começando a atrapalhar os planos dos corruptos de sempre.
Outra má notícia é que tais mobilizações só atingem proporções maiores em episódios de chocante injustiça, como é o caso do atual complô contra a simpática Portuguesa de Desportos, para favorecer o antipático e reincidente tricolor carioca (deu um salto duplo da série C para a A em 2000). A grande maioria não causa comoção suficiente para que a tramóia seja abortada.
A boa notícia final é que o aparente culpado -o advogado que teria deixado de comunicar à lusa a decisão do STJD e depois corrido a dizer que o fizera, complicando a situação do seu cliente- saírá bem queimado da brincadeira. É o que merece, ou por ter sido incompetente e haver tentado tapar o sol com a peneira, ou por ter sido competente no mau sentido.
A má notícia final é que até agora não vi nenhuma manifestação da OAB, prometendo apurar se este seu filiado terá agido como quinta-coluna ao invés de defender lealmente o empobrecido clube do Canindé que lhe pagava honorários. Quando uma suspeita dessas se torna pública e notória, a entidade de classe não pode se furtar ao dever de averiguar se a conduta do suspeito foi profissionalmente correta (hipótese em que tem a obrigação de o ilibar) ou incorreta (hipótese em que tem a obrigação de evitar que outros contratantes sejam lesados).
* jornalista e escritor. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com