Câncer de mama: novo estudo deve aprimorar tratamento. Reprodução/Internet
Nova pesquisa genética descobriu quatro tipos distintos de câncer de mama, possivelmente abrindo a porta para tratamentos mais eficazes.
Um dos autores de um amplo estudo genético sobre o câncer de mama publicado neste último domingo, 23, na revista Nature afirmou que as descobertas são ’comparáveis, no que diz respeito ao estudo do câncer, a colocar um homem ou uma mulher na Lua”. O estudo é a primeira ampla análise genética do câncer de mama, que mata 35 mil mulheres ao ano nos Estados Unidos e quase 12 mil no Brasil. Veja cinco coisas que você deve saber sobre este novo estudo.
O propósito do estudo
Parte de um grande projeto do governo norte-americano conhecido como Atlas do Genoma do Câncer, destinado a mapear mudanças genéticas em cânceres comuns, o estudo se concentrou nos tipos mais comuns de câncer de mama e nos cânceres que ainda não haviam se espalhado para outras partes do corpo, buscando com particular atenção identificar alterações genéticas no processo. De acordo com o diretor do projeto, Brad Ozenberger, em entrevista ao New York Times, enquanto estudos semelhantes foram publicados recentemente sobre cânceres de pulmão e cólon, nunca houve um projeto tão extenso que estudasse o genoma do câncer de mama.
A descoberta de quatro tipos de câncer de mama
Pesquisadores analisaram tumores em 825 pacientes e descobriram que a maioria deles são causados pela mutação de 30 a 50 genes, levando-os a identificar quatro tipos diferentes de câncer de mama, cada um com características genéticas únicas. Essa divisão foi feita com base em dados genéticos, que identificaram novos caminhos de atuação do tumor, possibilitando aos pesquisadores novos alvos para combater a doença.
Onde está a boa notícia?
Há muitos resultados promissores e é difícil prever qual deles irá se tornar mais útil no futuro, mas um ponto chave é a identificação do tipo de câncer que afeta 10 a 15% das pacientes com câncer de mama, principalmente jovens e negras. Os pesquisadores também descobriram que este é o tipo que mais se assemelha ao câncer de ovário e de pulmão: “Isso levanta a possibilidade de que pode haver uma causa comum”, disse o Dr. James Ingle, um dos 348 autores do estudo, e consequentemente, um tratamento comum.
Uma nova perspectiva no tratamento
Atualmente, a maioria dos casos desses cânceres são tratados com medicamentos chamados antraciclinas que podem sobrecarregar o coração e até mesmo causar leucemia. Mas agora que os investigadores identificaram uma ligação com o câncer de ovário e de pulmão, um tratamento de quimioterapia menos tóxico será utilizado. “Estamos realmente chegando às raízes desses cânceres”, disse o Dr. Charles Perou, o principal autor do estudo.
Tempo e estudo
Embora os resultados do estudo representem um progresso importante na pesquisa do câncer de mama, um roteiro de como curar o câncer de mama terá que esperar alguns anos e novos ensaios clínicos. Só então os cientistas terão evidências mais claras sobre quais drogas bloqueiam as mutações genéticas e quais podem ser efetivamente usadas para curar os diferentes tipos de câncer.
* Publicado originalmente no site The Daily Beast e retirado do site Opinião e Notícia.
(Opinião e Notícia)