Dermatologistas testam nova técnica de aplicação da toxina botulínica contra sudorese sem o uso de seringa e agulha

Segundo a SBD-SP, novas pesquisas revelaram resultados positivos em
tratamentos com base no da toxina em creme e ionização nas axilas, pés e mãos

A Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional São Paulo (SBD-SP) está divulgando os resultados de pesquisas apresentadas no 68º Meeting da Academia Americana de Dermatologia, realizado em Miami no último mês de março, sobre uma nova técnica de aplicação da toxina botulínica para tratamento da sudorese excessiva, que não utiliza a injeção da substância nas axilas.

A toxina botulínica vem sendo usada pela dermatologia há mais de 20 anos, em tratamentos cosmiátricos, como para correção da flacidez facial, e também para tratamento do excesso de sudorese. Porém, segundo a dermatologista Lilian Mayumi Odo, membro da SBD-SP, uma nova técnica de aplicação, a partir de um estudo científico ainda em fase experimental, vem sendo adotada para a segunda finalidade. A novidade é que, em lugar de ser injetada com o uso de seringa e agulha, a aplicação é feita diretamente na pele.

“Primeiramente a toxina botulínica, com uma formulação apropriada, é aplicada em creme nas axilas”, explica a Dra. Lilian Mayumi Odo. “Em seguida, para promover a penetração do medicamento, é realizada a ionização, ou seja, a aplicação de uma corrente galvânica de fluxo constante e ordenado de eletrons, que permite maior penetração da toxina através da pele, até atingir as glândulas sudoríparas, onde irá bloquear o estímulo nervoso para a transpiração excessiva.”

“A eficácia dessa técnica foi boa, sendo um pouco inferior quando comparada à técnica tradicional injetada, porém, melhor tolerada por não causar dor. Esse trabalho é recente e ainda não há resultados com um seguimento de muitos meses para verificar a durabilidade do tratamento”, esclarece a dermatologista.

Ela ressalta ainda que, como essa técnica ainda se encontra em fase experimental, os testes necessitam de mais algum tempo até que a toxina botulínica em creme possa ser comercializada. Ainda assim, a dermatologista considera que a nova técnica “é um método promissor também para outras áreas sensíveis como as palmas e plantas, e que terá muita aceitação principalmente entre os pacientes com fobia às agulhas”.

Sobre a SBD-SP

A Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional do Estado de São Paulo (SBD-SP) é uma entidade médica sem fins lucrativos, organizada com a finalidade de fomentar a pesquisa, o ensino e o aprimoramento científico da dermatologia como especialidade médica. Fundada em 1970, a SBD-SP congrega atualmente mais de 2.000 associados. A entidade organiza uma série de eventos durante todo o ano, como os Cursos de Educação Médica Continuada em Dermatologia (CEMC-D), as Jornadas, a RADESP (Reunião Anual dos Dermatologistas do Estado de São Paulo, realizada no final de cada ano), e cursos sobre essa especialidade voltados exclusivamente para jornalistas. Além dos eventos regionais, a SBD-SP dá apoio aos eventos e iniciativas da SBD Nacional, como a Campanha contra o Câncer de Pele.
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