Medicina Esportiva: Articulações de atletas "envelhecem" precocemente

Supertreinamento pode antecipar em 30 anos o surgimento de  osteoartrite

Copa do Mundo, Liga Mundial de Vôlei, Libertadores... e por aí vai. Basta acompanhar qualquer campeonato para notar como os atletas são bastante exigidos fisicamente hoje em dia. Aos 30 anos, muitos já se sentem “velhos demais” para continuar no esporte. Não de cabeça nem de projetos, mas os esforços repetitivos podem causar dores nas juntas.

“Cada esporte costuma exigir mais de uma ou duas articulações específicas. Em praticantes de golfe, tae kwon do, rugby, futebol, basquetebol e tênis, por exemplo, os problemas no quadril são mais frequentes. Quem joga futebol costuma forçar as articulações dos joelhos e tornozelos. E os jogadores de vôlei, com intensa movimentação de braços, pernas e quadris, costumam apresentar dores e problemas articulares ainda no início de carreira. É necessário e imprescindível um reforço muscular e acompanhamento com fisiologista e fisioterapeuta específico para cada atividade esportiva”, diz o doutor Gilberto Anauate, chefe do departamento de Ortopedia do Hospital Santa Paula.

De acordo com o especialista, no estágio inicial da osteoartrite o jogador pode acusar uma dor de difícil localização. Qualquer trauma durante a prática de esporte pode resultar num episódio muito dolorido para o atleta, com impacto inclusive psicológico se o tratamento exigir longo período de afastamento do esporte.

“Sensibilidade exagerada nas articulações, inchaço, crepitações, restrição de movimentos, atrofia muscular, enrijecimento e instabilidade articular são alguns dos principais sinais que denunciam haver uma sobrecarga de atividades. O atleta começa a sentir dor durante treinamentos e jogos, estando mais exposto a lesões”, diz o médico.

Para preservar a qualidade de vida daqueles que continuam a jogar profissionalmente, o tratamento pode incluir desde analgésicos e anti-inflamatórios, para manter a dor sob controle, até a rotina de exercícios hidroterápicos e fisioterapia. “Alguns atletas também apresentam bons resultados com infiltrações, mas há casos em que a cirurgia é único caminho indicado. As alternativas incluem tecnologias mais recentes, como a terapia de sinais pulsados e o tratamento por ondas de choque. Cada caso tem de ser analisado cuidadosamente, inclusive levando em consideração a carreira do atleta”, diz Anauate.

Fonte: Dr. Gilberto Anauate, médico ortopedista, chefe do Departamento de Ortopedia do Hospital Santa Paula (www.santapaula.com.br), de São Paulo



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