Na faixa etária entre 13 e 19 anos, as mulheres aparecem como a maior parte das vítimas infectadas pelo vírus HIV/Aids. Para os homens de 13 aos 24 anos, a principal forma de transmissão é a homossexual. E, entre os jovens dos 20 aos 24 anos, os casos se dividem de forma equilibrada entre homens e mulheres, segundo informações do Ministério da Saúde (MS).
Com base nestes dados e a fim de alertar ainda mais a juventude, conscientizando-a sobre a importância do sexo seguro, é que o Ministério da Saúde realizou uma segunda etapa da Campanha de Prevenção e Enfrentamento da Aids no Carnaval 2010, com o slogan "Camisinha. Com amor, paixão ou só sexo mesmo. Use sempre."
Essa foi a primeira vez que o governo está realizando uma segunda fase, iniciada na quarta-feira de Cinzas, com o objetivo de reduzir as taxas de infecção pelo HIV, principalmente entre meninas e meninos homossexuais com idade entre 16 e 24 anos. O foco é incentivar a realização do teste anti-HIV que, com a campanha permanente, pode ser feito nos postos de saúde públicos.
Segundo o chefe da Unidade de Prevenção do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do MS, Ivo Brito, a ideia era fazer essa relação para reforçar e ampliar o conhecimento ao uso do preservativo e criar mais oportunidades para que os jovens façam o teste e verifiquem se são ou não portadores do vírus HIV.
Ele explicou que é muito fácil fazer o teste, que tem duas modalidades. No exame rápido, o resultado sai em apenas 40 minutos. No teste convencional o diagnóstico é dado em torno de duas semanas. "Quanto mais cedo tiverem o diagnóstico, mais cedo evitarão novas infecções", enfatizou.
De acordo com o procedimento ético do diagnóstico e da triagem sorológica para o HIV, lançado pelo MS em 2004, o adolescente, "pode decidir sozinho pela realização do exame, desde que o profissional de saúde avalie que ele é capaz de entender o seu ato e conduzir-se por seus próprios meios (art. 103 do Código de Ética Médica)". Ivo informou que desde 2004 tem se notado um crescente número de jovens que procuram realizar o exame.
O adolescente, a partir dos doze anos de idade, já tem autonomia para fazer o teste anti-HIV, de forma sigilosa, sem autorização dos pais. Mas, mesmo tendo o direito de confidencialidade e sigilo, o adolescente é aconselhado a trazer um adulto para receber o resultado. Se o exame der positivo, o jovem é encaminhado ao atendimento psicológico.
Para Ivo, a vulnerabilidade desses jovens em serem infectados está relacionada à mudança do comportamento sexual. "Hoje, a vida familiar está mais aberta, o que cria mais oportunidades para os jovens se relacionarem sexualmente, mas essa mesma velocidade não é sentida na hora da prevenção".
Números
Entre o ano 2000 e junho de 2009, foram registrados no Brasil 3.713 casos de Aids em meninas de 13 a 19 anos (60% do total), contra 2.448 casos de meninos. Na faixa etária que vai dos 20 aos 24 anos, há mais de 13 mil (50%) casos entre as meninas e mais de 13.250 entre os meninos, o que revela equilíbrio. No grupo com 25 anos e mais, há uma clara inversão - 174.070 (60%) do total (280.557) de casos são entre os homens.
Mais informações no hot site da campanha - http://www.usesempre.com.br.
(Envolverde/Adital)