Saúde: O tabaco matará 650 milhões de fumantes

Nova York, 17/06/2008 - Dentre os mais de 1,3 bilhões de pessoas que fumam em todo o mundo, este vício poderá ser a causa da morte de aproximadamente 650 milhões, alertaram especialistas da Organização das Nações Unidas. "Ao contrário de outras causas de morte, o tabaco mata as pessoas em sua faixa etária mais produtiva", disse o Grupo de Trabalho Inter-institucional Ad Hoc para o Controle do Tabaco, em um estudo de 19 páginas. Os 20 primeiros do grupo representam quase todas as grandes agências da ONU, entre elas o Fundo para a Infância, o Programa para o Desenvolvimento, a Organização Mundial da Saúde, o Programa para o Meio Ambiente e a Organização Internacional do Trabalho. Além disso, participam outras instituições multilaterais fora do sistema das Nações Unidas, como o Banco Mundial. Só em 2005 morreram cerca de 5,4 milhões de fumantes, segundo estudo citado no informe do grupo que será apresentado nas próximas sessões do Conselho Econômico e Social (Ecosoc), que começará no próximo dia 30. Os especialistas calculam que esse número pode chegar a 8,3 milhões em 2030, e que mais de 80% das mortes ocorrerão nas nações em desenvolvimento. As doenças causadas pelo tabaco aumentarão sua presença no total de 2,6% em 1990 para quase 10% em 2015, "matarão mais pessoas do que qualquer outro mal, e serão responsáveis por 50% a mais de mortes do que as provocadas pelo HIV/Aids.

O Ecosoc reconhece que o tabaco não só tem conseqüências negativas para a saúde e o meio ambiente, mas também afeta os esforços da ONU para reduzir a pobreza, diz o informe. O tabaco também está ligado a uma variedade de enfermidades, entre elas vários tipos de câncer (pulmão, traquéia, brônquios, boca, estômago, esôfago), algumas cardiovasculares (isquemias e cerebrovasculares), respiratórias e digestivas. A prevalência de jovens entre 13 e 15 anos expostos à fumaça do cigarro pode superar os 80% na Europa, mais de 60% no continente americano e cerca de 50% na África: Ásia meridional, do sudeste e Ásia-Pacífico, segundo pesquisa citada no informe.

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação estima que a produção de tabaco cai nas nações industrializadas, mas aumenta nos paises em desenvolvimento. Na década de 70, as nações em desenvolvimento respondiam por pouco menos de 60% da produção mundial de tabaco. A produção poderá representar 80% em 2010. "Essas cifras dão conta do baixo custo da produção e do acentuado aumento da demanda nas nações em desenvolvimento", explica.

Os benefícios das zonas livres de fumo de tabaco levaram muitos governos a promulgar leis que criam esses espaços. Entre eles Butão, Estônia, França, Irã, Irlanda, Itália, Malta, Nova Zelândia, Noruega, Suécia, Uganda e Uruguai. Uma pesquisa da ONU sobre proibições de fumar mostrou "resultados animadores", entre eles que "a maioria das instalações da ONU eram zonas livres de fumo". Quase todas as agencias da ONU operam nesses ambientes, mas ainda resta impor a proibição total de fumar nos 39 andares de sua sede em Nova York.

Em julho de 2006, o Ecosoc recomendou à Assembléia Geral considerar em seu 61º período de sessões, de 2007, a "proibição total de fumar em todos os locais da ONU, tanto na sede quanto nos escritórios regionais e nacionais". A resolução também pedia implementar uma "proibição total de venda de tabaco em todos os locais da ONU". Mas o plenário não tomou nenhuma decisão a respeito. O informe reiterou a solicitação para o 63º período de sessões da Assembléia, que acontecerá em setembro deste ano.

Ao proibir fumar em suas dependências a ONU estará protegendo a saúde de trabalhadores, diplomatas e visitantes, mas também mostrará que reconhece os perigos de fumar, segundo Kathy Mulvey, da organização de análises de políticas empresariais Corporate Accountability International. Mas, a ONU tem nas mãos um instrumento de maior poder: um convênio global conhecido formalmente como Convenção Marco da OMS para o Controle do Tabaco, um dos tratados de maior adesão na historia das Nações Unidas.

"Cerca de 80% da população mundial em mais de 150 paises estão protegidos por normas vinculantes que proíbem a publicidade, a promoção, o patrocínio e a obrigação de desvincular políticas de saúde pública da interferência da indústria do tabaco", disse Mulvey à IPS. Todas as agências da ONU podem fazer mais para apoiar a OMS na implementação desse inovador tratado, acrescentou. (IPS/Envolverde)

(Envolverde/IPS)

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