Especialistas no tratamento da doença que atinge cerca de 15% das brasileiras recebem prêmio em congresso internacional, na Austrália
Com o encerramento do 10º Congresso Mundial em Endometriose, na última sexta-feira, 14, em Melbourne, na Austrália, foi anunciado o melhor trabalho clínico apresentado durante todo o evento: "O tempo decorrido entre o início dos sintomas e o diagnóstico da endometriose profunda", assinado pelos ginecologistas Sergio Podgaec, Mauricio Simões Abrão, João Antônio Dias Jr. e Carlos Alberto Petta e proctologistas Marcelo Averbach e Marco Bassi. A equipe médica – composta por especialistas na doença caracterizada pelo depósito anormal do endométrio (tecido que recobre o útero e é liberado por meio da menstruação) na pelve, abdômen, ovário, bexiga e/ou intestinos – recebeu o Prêmio Rudolphe Maheux, criado esse ano no congresso tri anual e que leva o nome do ex-presidente da World Endometriosis Society.
Nenhuma surpresa para outros estudiosos do tema. Isso porque o Brasil é referência mundial no tratamento da enfermidade que atinge cerca de 15% das brasileiras em idade reprodutiva, e o Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo, se destaca nesse cenário. "Ficamos satisfeitos com o resultado, principalmente por saber que, por meio dessa pesquisa, podemos melhorar a qualidade de vida de milhares de brasileiras", agradeceu Mauricio Abrão, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, responsável pelo Setor de Endometriose do HC e presidente da Sociedade Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva. Sob o comando de Dr. Abrão, a delegação brasileira (segunda maior em número de participantes, perdendo somente para a própria Austrália) ainda apresentou outros cinco trabalhos. Todos bastante elogiados.
Além da presença de nossos profissionais, foram destaques no encontro a valorização da utilização de exames especializados como o ultrasom, feito com preparo e com protocolos direcionados para a endometriose; e o descobrimento de substâncias inflamatórias e imunológicas que participam do desenvolvimento da doença e poderão, em breve, ser utilizadas no tratamento da doença.