De acordo com os estudos, uma única dose alta do alucinógeno psilocibina, o ingrediente ativo dos chamados "cogumelos mágicos" – que crescem no Reino Unido, em parte dos Estados Unidos, México e Tailândia - é suficiente para causar mudanças profundas na personalidade de quem o consome.
Cogumelos do gênero Psilocybe apresentam um princípio ativo, conhecido como psilocibina, que foi muito utilizado durante a década de 60, principalmente por hippies. Depois de anos proibida, a droga voltou a ser utilizada em pesquisas científicas.
Roland Griffiths, professor de psiquiatria e ciências comportamentais da Universidade John Hopkins, liderou o estudo que durou 1 ano. Durante este período, os participantes (considerados psicologicamente saudáveis) passaram por cerca de 2 a 5 sessões de 8 horas.
Nestas sessões, cada voluntário recebia uma determinada dose da droga e em seguida eram encorajados a focar nas sensações proporcionadas pelo alucinógeno, ou seja, em suas experiências interiores. Para isso, eles eram deitados em um sofá, com máscara nos olhos – para bloquear qualquer distração visual gerada pelo meio externo – e ouviam música.
As alterações das características pessoais foram verificadas em quase 60% dos participantes do estudo e duraram ao menos um ano. As mudanças provocadas pelo alucinógeno foram medidas com questionários de avaliação – que são largamente utilizados em pesquisas do tipo.
Segundo os cientistas, as mudanças aconteceram na área da personalidade conhecida como "abertura", associada a traços como imaginação, estética, sentimentos e ideias abstratas.
Griffiths acredita que as mudanças de personalidade encontradas neste estudo são, provavelmente, permanentes, já que foram mantidas durante todo o período de um ano. Ele especula ainda que o uso controlado da substância pode levar a tratamentos para a depressão sofrida por pacientes com câncer, por exemplo.