Qual a realidade ambiental urbana nas 15 principais regiões metropolitanas do Brasil? Para analisar essa dimensão o IBEU concebeu três indicadores: arborização do entorno dos domicílios, esgoto a céu aberto no entorno dos domicílios e lixo acumulado no entorno dos domicílios. Os resultados mostram que as condições urbanas apresentam uma posição mediana no tocante ao bem-estar. As regiões metropolitanas do Norte (Belém e Manaus) e do Nordeste (Recife, Fortaleza e Salvador) apresentam as piores condições ambientais urbanas. Todas elas, a exceção de Salvador, estão no patamar considerado ruim ou péssimo (zero a 0,5).Por outro lado, no patamar de bom ou excelente estão apenas Campinas (0,906) e Goiânia (0,900).
No âmbito do estudo do Bem-Estar Urbano das principais regiões metropolitanas brasileiras, o presente capítulo tem como objetivo analisar especificamente a dimensão “condições ambientais urbanas” do Índice de Bem-Estar Urbano (IBEU). Essa dimensão foi concebida a partir de três indicadores: arborização do entorno dos domicílios, esgoto a céu aberto no entorno dos domicílios e lixo acumulado no entorno dos domicílios. Mesmo que exista apenas a possibilidade de utilização desses três indicadores das condições ambientais urbanas, consideramos que eles refletem em grande medida a dimensão ambiental referida à vida urbana.
Esta análise comparativa será feita em três escalas: análise das condições ambientais urbanas das regiões metropolitanas, análise das condições ambientais urbanas dos municípios integrantes dessas regiões metropolitanas e análise das condições ambientais urbanas das áreas de ponderação, também, das regiões metropolitanas.
O gráfico abaixo apresenta as condições ambientais urbanas das regiões metropolitanas em 2010. Constata-se que, para o conjunto das regiões metropolitanas, o índice condições ambientais urbanas alcanço 0,641, ou seja, o segundo pior resultado dentro das diferentes dimensões do IBEU. Considerando os diferentes níveis adotados para caracterizar o IBEU, as condições ambientais urbanas do conjunto das regiões metropolitanas assumem uma posição mediana, pois o seu patamar se apresenta em nível intermediário.
Verifica-se que as regiões metropolitanas do Norte (Belém e Manaus) e do Nordeste (Recife, Fortaleza e Salvador) apresentam as piores condições ambientais urbanas. Todas elas, a exceção de Salvador, estão no patamar considerado ruim ou péssimo (zero a 0,5). Destaca-se a posição de Belém cujo valor é muito inferior às demais regiões metropolitanas, e próxima de zero, revelando as péssimas condições ambientais urbanas que deve enfrentar a população desta metrópole.
Por outro lado, no patamar de bom ou excelente (0,8 a 1,0) estão apenas às regiões metropolitanas de Campinas (0,906) e Goiânia (0,900). As demais regiões situam-se em patamar intermediário a respeito das condições ambientais urbanas (0,5 a 0,8). Essas regiões metropolitanas estão localizadas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Neste quadro, podemos observar a situação da região metropolitana do Rio de Janeiro, a única metrópole da região Sul-Sudeste que apresenta um nível de condições ambientais urbanas abaixo da média para o conjunto das regiões metropolitanas.
Os valores dos indicadores constituindo a dimensão das condições ambientais urbanas do IBEU para as regiões metropolitanas estão apresentados na tabela 4.1. De maneira geral, a péssima posição das metrópoles do Norte (Belém e Manaus) e do Recife em termos de condições ambientais urbanas se confirma, pois estas regiões metropolitanas apresentam os menores valores para quase todos os indicadores. Observa-se que Campinas que apresenta o melhor posicionamento em relação às condições ambientais urbanas, esconde uma situação pouco favorável em termos de esgoto a céu aberto: a respeito desse indicador, ela fica no nono lugar, apresentando um valor apenas um pouco superior à média das regiões metropolitanas. Em termos de nível de arborização, destacam-se as regiões metropolitanas de Florianópolis e RIDE-DF, que ocupam uma posição baixa no ranking (décimo quarto e décimo segundo lugar) em relação a este indicador, bem inferior à média, enquanto elas apresentam um posicionamento melhor em relação aos indicadores de esgoto e lixo. No que concerne esta última dimensão, note-se a situação de Porto Alegre que apesar de ficar no quinto lugar em termos de condições ambientais urbanas, ocupa apenas o décimo segundo lugar para este indicador.
Para ver todos os resultados do IBEU Condições ambientais urbanas, faça o download do livro “Índice de bem-estar urbano – IBEU“.
* Publicado originalmente no Observatório das Metrópoles.
(Observatório das Metrópoles)