A sujeira do petróleo requer mais competência

O atual vazamento de petróleo no Golfo do México cuja duração já alcança dois meses ressalta dois dos maiores problemas relacionados à indústria do petróleo: o primeiro é a evidente incompetência da empresa envolvida na atividade desenvolvida em condições-limite, ou seja, atividades de perfuração em lâminas d’água acima de 1000 metros. O segundo, porém não menos grave, tem a ver também com incompetência, neste caso demonstrada pelas autoridades governamentais encarregadas da análise do projeto e da fiscalização do andamento da atividade em si mesma.

No caso da empresa - a British Petroleum (BP) - que já foi uma das “sete irmãs” que formaram o cartel que controlou durante décadas os negócios do petróleo em todo o mundo, estão claros o seu atraso tecnológico e o seu despreparo para lidar com emergências. Para superar esses problemas, o que algumas empresas têm feito é contratar, a peso de ouro, técnicos da Petrobrás, a empresa de maior sucesso nesta área.

Chega a ser absurda a situação pela qual passa a BP que já está na terceira ou quarta tentativa para reduzir o vazamento, sem qualquer sucesso, e que assume publicamente que somente em dois meses será possível chegar a uma solução definitiva para o grave quadro de agressão ambiental por meio da perfuração de dois novos poços que possibilitarão a injeção de fluidos para controlar o poço desgovernado. Enquanto isso, embora a BP subestime a quantidade de óleo lançada no mar, algo próximo a um milhão de barris já polui a área.

Do lado do governo americano estão também claras as falhas. A agência reguladora federal não foi capaz de detectar as falhas no projeto de engenharia utilizado pela BP. O equipamento-padrão instalado na cabeça do poço é o BOP (Blow Out Preventor), uma válvula cuja função é, em situações extremas, estancar o escoamento de óleo e gás, evitando de modo eficaz qualquer vazamento. Manda a segurança que o BOP tenha comando redundante como os empregados nos aviões, ou seja, seu comando pode ser feito por meio de diversos mecanismos. Normalmente, este comando é hidráulico, havendo em paralelo um comando alternativo que modernamente é um comando acústico.

Para complicar ainda mais o caso, há ainda denúncias indicando que funcionários da agência reguladora federal têm recebido presentes e favores das empresas reguladas, dentre os quais viagens de férias.

Todo este quadro demonstra como é sujo o negócio do petróleo, mesmo na “maior democracia” do planeta e mesmo quando um dos atores é uma secular empresa de petróleo do chamado “Primeiro Mundo”. Sujo do ponto de vista ambiental e sujo também no aspecto das relações dos órgãos reguladores estatais nas suas ligações com empresas privadas. Vão pagar por toda essa sujeira as populações das imensas áreas afetadas e a fauna e a flora presentes na região há séculos.
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