O cidadão paulista, como todo brasileiro, é sobrecarregado como uma das maiores cargas tributárias do mundo e merece respeito. Não faz o menor sentido que os paulistas paguem tantos tributos, taxas e contribuições e recebam em troca o caos que temos observado.
O paulista da capital e arredores faz por merecer um trabalho de engenharia simples, porém competente, capaz de livrá-los do medo, das inundações e do caos em que seus bairros são mergulhados pela inação de governos ineptos. Evidentemente, esta maiúscula obra de engenharia, após implantada, irá requerer manutenção e constante inspeção durante todas as épocas do ano. Aliadas a isto, campanhas educativas nas escolas e em outros espaços públicos serviriam como agentes motivadores para que o público evitasse o lançamento de detritos nas entradas das galerias das redes de drenagem de águas pluviais.
Entretanto, nem a grandiosa obra, nem a campanha motivadora se tornaram realidade. Os políticos estão ocupados em se eleger ou reeleger. No Brasil, política virou profissão.
Curioso é que o estado de São Paulo e a prefeitura do município de São Paulo têm sido administrados nas últimas quatro décadas, de forma quase que permanente, por políticos ora ligados à ditadura militar que nos infelicitou por mais de vinte anos, ora por políticos alinhados com o modelo neoliberal, já em clara decadência em outras partes do mundo por sua evidente inadequação ao fim que se propunha, a saber: tornar o estado mais eficiente, transferindo boa parte de suas funções para a iniciativa privada.
Mais curioso ainda é que o atual governador do estado de São Paulo, tucano de quatro costados e parceiro dos neoliberais do antigo PFL, prepara-se para se lançar candidato à presidência de República tendo como atração maior o seu currículo de “administrador competente”.
Seria cômico se não fosse tão trágico!
Argemiro Pertence
2/2/2010