Depois do sucesso de “O astro”, a novela das onze da Rede Globo, Francisco Cuoco volta a ativa, só que agora no teatro. A novela que foi sucesso nos anos 70 e escrita pela saudosa Janete Clair, retorna em 2011, mas Cuoco não interpreta a mesma personagem. Volta com um personagem especialmente criado para ele, pelo autor Alcides Nogueira.
O ator está longe dos palcos desde 2005 e retorna agora com a peça “Três Homens Baixos”, que estreou recentemente no Teatro Jaraguá em São Paulo. O texto do dramaturgo Rodrigo Murat faz uma alusão a obra “Três Mulheres Altas”, de Edward Albee, levando ao palco cenas do cotidiano masculino revelada através dos olhares dos personagens Ciro (Francisco Cuoco), Samuca (Anselmo Vasconcelos) e Titi (Orlando Vieira). A direção fica a cargo de Jonas Block.
No texto, os amigos de infância sempre se encontram num boteco para um bate papo de machos. Um deles é casado, outro é divorciado e o terceiro vive relações fora do casamento. Um dos três ainda com certo distúrbio de personalidade.
Os três amigos, vivem de aparências e um parece estar totalmente ligado à vida do outro. Em suas conversas vão descobrindo que os segredos ocultos de um está intimamente relacionados a vida do amigo e depois de muito devaneio essa intimidade toda acaba vindo à tona e os segredos sendo revelados. Por fim cada um descobre algo que desconhecia sobre os amigos, revelando as facetas do universo masculino.
Entrevista
Entrevista feita com Francisco Cuoco no dia de sua estreia em São Paulo, por Marcelo Rissato em conversa com o ator, autor e escritor Luiz Gustavo Alves.
Marcelo: É uma honra recebê-lo em São Paulo e falo pela oportunidade da classe artística e pelo público em geral vê-lo nos palcos da cidade depois de muitos anos.
Cuoco: Adoro São Paulo. Gosto muito de fazer esse espetáculo. Me divirto muito.
Marcelo: A peça te permite fazer essas brincadeiras? Você dá um show de interpretação, carisma e profissionalismo.
Cuoco: Obrigado. Procurei estudar muito o texto. Trabalhei de forma sutil para não chocar o público com alguns termos.
“Cuoco pergunta a Luiz Gustavo se alguns palavrões ditos na peça chocaram o público?
Gustavo responde: Acho perfeito suas colocações. De maneira alguma agride. Vou fazer uma ação para trazer faculdades para vê-los”.
Cuoco: Faça isso. Você sabe como é difícil fazer teatro nesse país.
Gustavo: Sim, e como sei. Pensei muito com meu monólogo “Sozinho”. Tive sorte de pegar o “CEUS”, e fazia para novecentas pessoas por dia.
Cuoco: Maravilha. Eu quero muito que o público assista. Vamos fazer para eles com preços reduzidos, baixo mesmo, para que possam vir nos prestigiar.
Gustavo: Já falei com o Orlando Vieira, amigo de longa data e vamos fazer um cronograma para que um número maior de pessoas possam assistir.
Cuoco: Sim. Temos que fazer o social para os menos privilegiados. Depois podemos abrir para uma palestra e discutir o processo.
Gustavo: Quero afirmar que estou emocionado em vê-lo depois de tantos anos. Me passou um filme pela cabeça agora. Quando você foi contratado pela Globo para fazer o Padre Victor que viveria um amor pela personagem de Renata Sorrah (estreando), numa participação de vinte capítulos, mas seu par romântico mesmo era Dina Sfat.
Cuoco: Meu Deus. Quantos anos. (risos)
Cuoco: Vamos ficar três meses em cartaz em São Paulo. Volte mais vezes e vamos fazer essa ação.
Gustavo: Conte comigo.
Marcelo/Gustavo: Muito obrigado pelo carinho e receptividade.
Cuoco: Eu que agradeço. Mas vamos lá hein! É muito difícil fazer e ganhar dinheiro com teatro nesse país.