O VESTIDO CURTO, A MORAL E OS BONS COSTUMES – APOSTO QUE A CULPA É DO MST

Os principais veículos de comunicação do País anunciam que a UNIBAN – UNIVERSIDADE BANDEIRANTES – voltou atrás e anulou a expulsão da aluna Geisy Arruda. Os relatos sobre a reação dos estudantes e as agressões à moça são reveladores do caráter hipócrita da sociedade levando em conta que a tevê aberta exibe pornografia explícita na versão brasileira do programa Big Brother.
 
E milhões usam seus telefones para eliminar ou não esse ou aquele integrante, numa espécie de febre coletiva, provocada de maneira deliberada para que o programa cumpra seu papel de transformar em normal o anormal, muito além da bunda ou do comportamento desse ou daquele participante, mas num contexto mais amplo de fábrica de alienados.
 
Fica-se sabendo que a moça foi retirada da faculdade, onde faz o curso de turismo, por policiais militares e isso diante das ameaças de estupro e atitudes ensandecidas de seus colegas. Um deles, com a moça já sob escolta policial, tentou colocar o seu celular entre as pernas de Geisy para fotografar.
 
A decisão dos diretores e conselho da Universidade de expulsar a aluna foi típica de um modelo perverso, cruel e onde o cinismo é a regra. Essa perversidade, essa crueldade e esse cinismo são exemplos legados historicamente pelas elites brasileiras e presentes em cada um dos seus integrantes. O espírito podre FIESP/DASLU.
 
Se os alunos agressores serão processados ou não por ofensa grave ao pudor, calúnia, injúria e tentativa de estupro, agressão, nada se disse ainda. A direção da Universidade deve estar pensando no número de alunos, todos passíveis de expulsão, nas mensalidades que poderão ser perdidas.
 
É a lógica do mundo dos negócios e universidades, ou institutos privados de educação, sem uma única exceção, são balcões de negócios. 
 
A essa altura do campeonato, sem nenhum respeito por nada, apenas pelo balanço, pela receita, devem estar oferecendo uma bolsa integral à Geisy para que a moça desista de qualquer ação contra seus colegas, contra a Universidade, na decisão cretina, imoral de expulsar a aluna.
 
Outras “instituições” privadas já ofereceram.
 
Não contavam com a repercussão. Pelo contrário, supunham encontrar uma opinião pública favorável e repudiando um vestido curto.
 
Como não sabem nada de consciência curta se estreparam.
 
Não se lhes incomodam, por exemplo, os trapos de milhares de crianças de rua no País. Resolvem isso numa pipoca dançante organizada por uma grande dama qualquer e farto material publicitário nas colunas sociais.
 
São benfeitores. Tomaram um susto e candidamente já devem ter-se benzido com água benta.
 
Mais ou menos como acender uma fogueira inquisitória em nome da moral e dos bons costumes. Apagá-la, ou tentar, não foi ou não é um ato de consciência, de ter “enxergado a luz”, mas puro receio que os negócios venham a ser afetados. Essa gente acha que a luz provém deles.
 
Beira-mar está sendo julgado por mais um dos muitos crimes que cometeu. Não há a menor diferença entre ele e qualquer dos diretores da tal UNIBAN. Uma espécie de UNIBAN/CO da educação.
 
Funciona vinte e quatro horas por dia montada em tradição de pagou levou. Claro, porque se não pagar não entra.
 
Toda essa pantomima de moral burguesa teve repercussão internacional. Não sei se os jornais como o THE GUARDIAN ou o THE NEW YORK TIMES falaram de cobras transitando pelas principais avenidas do condado FIESP/DASLU, ou no trampo de Roberto Marinho para obter o controle de uma antiga rede de tevê e perdido num escaninho qualquer de um cartório qualquer do modelo Gilmar Mendes de justiça.
 
Há um inquérito policial em curso, há uma investigação sendo feita pelo Ministério da Educação e tudo vai terminar como terminam os negócios dos poderosos.
 
O advogado de Geisy quer a garantia que sua cliente possa terminar o semestre, a intenção, independente das bolsas oferecidas, já era de buscar outra faculdade no próximo ano.
 
Não se ouviu uma palavra do funcionário FIESP/DASLU que governa o condado, o tucano José Serra, em torno do assunto. Deve estar pensando em como fazer um malabarismo, já que a turma da UNIBAN é forte contribuinte do tucanato e a opinião pública reagiu de forma negativa à decisão da Universidade.
 
E mesmo porque o funcionário a quem chamam de governador está enrolado com as provas do exame de avaliação nas escolas estaduais. Atraso na entrega, suspeitas de superfaturamento na concorrência para elaboração das ditas provas, um monte de irregularidades e nem uma palavra da mídia sobre o assunto. Só se estivesse envolvido o governo federal. Como no caso do ENEM.
 
Aí vira escândalo.
 
Aguarda-se nota pública culpando o MST pelos acontecimentos. Devem estar negociando os valores com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária, aquela que pega dinheiro nas agências oficiais de crédito e financiamento, usa na campanha da senadora Kátia Abreu, não paga os tais financiamentos e gera “progresso” e “bem estar”, em nome da democracia, da ordem, da moralidade, dos bons costumes, vai por aí afora.
 
No prédio ou prédios da UNIBAN/CO devem ser, em futuro, erigidos (opa!) monumentos pudicos incitando à defesa dos valores tradicionais de quero o meu dane-se o resto.
 
Um celular enfiado no meio das pernas de Geisy vai ser o símbolo transformado nesse ou nesses monumentos.
 
O diretor do BBB deve ser convidado para descerrá-los, já que perito em identificar “vagabundas” e, da janela do seu apartamento, acompanhado de ínclitos defensores da moral e dos bons costumes, aquinhoa-as, às “vagabundas”, com baldes de água suja para que sejam marcadas perante os “homens de bem”.
 
“ÊÊÊÊ! Vida de gado. Povo marcado, povo feliz”  
 
Caetano Veloso vai discorrer sobre a importância transcendental do diploma.
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