Um lindo texto de Saudades de meu amigo Luiz Cláudio Bittencout...

HOJE FAZ EXATAMENTE UM ANO QUE A NAIDIA FALECEU, E EU CAÍ EM UM PRECIPÍCIO! ESSE TEXTO MOSTRA O QUANTO O TEMPO FOI IMPORTANTE EM TODO ESSE PROCESSO DO LUTO. DEVO MUITO DESSA MINHA RECUPERAÇÃO A AMIGOS, COMO FORAM PRESENTES!!!! O NOSSO MUITO OBRIGADO. UM TEXTO ESCRITO COM O CORAÇÃO. Dunga

  

Seu João é um vendedor de água de coco que fica normalmente na esquina das Ruas Conde de Araruama com Teixeira de Gouveia, perto do prédio onde, em tempos passados, funcionou a Companhia Telefônica Brasileira. Tempo de telefonista e banquinho para alcançar o aparelho telefônico de nossa casa, que era uma caixa de madeira na parede. E o número da casa do meu avô era 342. Depois o nome da empresa foi mudando, mudando, e a qualidade do atendimento também, para baixo! Infelizmente! Certo dia cheguei para tomar um copo de água de coco e perguntei pela esposa dele, que quase sempre estava ali em conversas alegres. Disse que havia falecido sem mais nem menos, e falou também da dor e saudade que estava passando com a ausência dela. Um mês depois, a Naidia faleceu também numa dessas surpresas da vida, aí eu soube, na minha própria carne, da dor que o Seu João descreveu tão bem. Minha querida Naidia, Hoje, 29/05/2014, um ano que você retornou à pátria espiritual, foi um momento difícil em minha vida – sofrido! Agora, depois de um ano de lutas comigo mesmo, muita coisa se transformou em virtude de tanta solidão, novidades, prantos e descobertas. O hábito de ler é uma dessas novidades, uma ótima novidade! Exatamente há 5 dias atrás, acordei feliz! Parecia que o meu paladar pela vida havia voltado – e acho que voltou! Senti um pouco de culpa pela chegada desse novo olhar à vida – coisas do luto! Mas, amigos me disseram que um dia esse estado de alma retornaria – não nasci para ser triste! Ninguém nasceu para ser triste! Mas também não sou mais aquele que ficou lá atrás, há um ano. E aprendi a ter cautelas com a vida, ler as intuições, e dar passos menores e mais lentos. Observar! Tenho mexido em seus guardados, e um tanto de tudo ainda está por mexer. Você juntou muita coisa! Não tenho pressa nessa missão, quero que cada peça, qualquer que seja ela, vá para as mãos mais indicadas. Lembranças de uma pessoa querida por tantos. Fique em um lugar fácil para que eu possa te achar quando, para mim, se fecharem as cortinas, mas acho que Deus vai me cozinhar em fogo brando! E eu, ainda me cuido!!! A vida está muito difícil de ser entendida. Constatar que homens tão estudados, de famílias que se dizem nobres, possam ter tão pouco caráter e piedade daqueles menos afortunados. Os que precisavam enxergar, não enxergam! “É gado marcado, é gado feliz!” E vejo um período nebuloso chegando à nossa pátria e ao mundo. Parecem crianças brincando de reis! Entornando vaidade e prepotência por todos os lados, e correndo atrás do poder. Em nenhum momento pensam no plantio e na certeza da colheita daquilo exatamente que plantaram! Uma perda de tempo porque terão que mudar um dia. A outra dimensão tem leis sérias, e nós seremos os nossos próprios juízes! E as mudanças, são obrigatórias! Perdem oportunidades em virtude do tanto de futilidades que os transformam cegos. Não enxergam que a generosidade é uma maneira prazerosa de enriquecer-se. A lei do “levar vantagem” é muito forte! A vida, no tempo dela, tem me mostrado caminhos. Sigo conceitos que, por alguns anos, estudamos em nosso terraço – o nosso culto no lar. Procuro fazer coisas boas e aguardar o meu tempo, e o tempo do tempo! Um beijo em seu coração! Amo você e tenho muita saudade! Da sua voz principalmente! Da palavra Lu, passeando em som pelo nosso quarto, e dos nossos domingos, das nossas viagens e de tudo mais que estávamos reavendo. Aqui em casa, o Gravata tem sido amado por muita gente – tem até uma rádio! Imagina! E pessoas que gostam da rádio dele! O galinho garnisé, lá no fundo do quintal, canta como criança! Apesar dos seus 14 anos! Os passarinhos continuam a se alimentarem da nossa generosidade e respeito. A Laine cuidando de nossa casa com todo aquele bom carinho mineiro. E o resto, é o resto! E quem vai escrever sobre ele é o tempo! Aguarde-me! Eu te acho do mesmo jeito que te descobria dentro de trens que chegavam a Macaé tão fora das épocas em que você deveria estar neles. É a bússola da alma! De todos nós daqui de casa, um beijo para você e para a Lilinha, e que estejam juntas e bem, são os nossos votos.

Luiz Cláudio Bittencourt (Lu) 29/05/2014

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