Conter vazamentos vira negócio para petrolíferas

Várias empresas que desenvolveram novas maneiras de conter derramamentos de petróleo em alto-mar após o desastre da plataforma Deepwater Horizon estão levando essas tecnologias para o mundo todo, esperando lapidar sua reputação e reduzir os riscos de uma atividade arriscada, mas lucrativa.

Entrevista com Luis Nathan

A 5X Petróleo dessa semana é com o o gerente de QSMS da Wellstream International, Luiz Nathan. Na entrevista o gerente fala sobre o tema "Sustentabilidade com exploração de petróleo".

1X) Em um mundo onde estamos buscando a sustentabilidade contínua, minimizando cada vez mais os riscos dos processos operacionais referentes à exploração e logística do petróleo,  podemos afirmar que a gestão de SMS caminha de mãos dadas com a indústria petrolífera ou as companhias estão longe de aceitar essa condição?
Luís Nathan - As grandes empresas estão no caminho para perceberem que SMS não é um negócio a parte e sim parte do negócio, que a gestão de SMS traz benefícios em diversas áreas e que tem efeito nas finanças e na imagem da empresa perante a sociedade, mas talvez o problema seja que esta mentalidade só esteja em grandes empresas e em algumas outras ligadas a serviços offshore, pois existe um grande número de empresas ligadas ao setor de óleo e gás, mas que por terem estrutura média ou até pequena não olham para SMS como prioridade, entendendo que isso é apenas custo.
Desta maneira ainda vemos muitos acidentes na área e uma grande maioria tem como uma das causasa falta de comunicação, de disseminação da cultura de SMS, afinal esta cultura de análise de riscos depende de um trabalho contínuo de conscientização, envolvendo cada vez mais horas de treinamento e planejamento de tarefas. Espera-se que cada vez mais os empresários e os trabalhadores percebam os benefícios de um sistema de gestão com objetivos e metas bem planejadas e que muitas das boas práticas de SMS nãosignificam alto custo de implantação.

2X) No Brasil, existem sucessivos vazamentos da Chevron na Bacia de Campos e da Petrobras na bacia de Santos, o que acha que pode atrapalhar esse trabalho?
LN - Atualmente a opinião pública conta muito e eventos como estes atrapalham no sentido de que a sociedade perde a confiança nas organizações e considera qualquer atividade exploratória como tendo apenas impacto negativo. Sabemos que esta atividade altera o meio ambiente e nunca mais se atingirá a condição original, entretanto também existem impactos positivos que trazem de maneira sustentável benefício para um país e temos vários exemplos de sucesso em outros países.
O vazamento não compensa e eu particularmente acredito muito que o governo brasileiro tem esta mentalidade, com, por exemplo, o projeto ouro negro, que reúne cinco entidades: Ministério Público do trabalho, IBAMA, MTE, Marinha e ANP, onde o objetivo é realizar inspeções em conjunto em unidades produtoras de petróleo, visando a identificação de condições inseguras, e com isso reduzindo a probabilidade de qualquer incidente, seja com equipamentos, embarcações e pessoas. O sistema está amadurecendo, mas está no caminho certo.

3X) A descoberta do pré-sal ainda instiga várias indagações que somente serão respondidas na medida em que esse novo campo de exploração for devidamente conhecido. Até lá, espera-se que o governo brasileiro tenha condições de traçar as políticas que definam a exploração dessa nova reserva de energia. Qual a sua opinião sobre essa exploração no campo do meio-ambiente?
Essa questão é extremamente delicada, ainda mais pelos últimos acontecimentos. O Brasil terá que disseminar rapidamente ferramentas de gestão para assegurar que a exploração está sendo feita dentro de padrões de excelência, caso contrário teremos uma série de pequenos problemas até culminar em impactos ambientais de grande magnitude. Além disso, o investimento em formação de mão de obra será essencial, pois ainda há falta de profissionais no mercado que conheçam e saibam usar bem ferramentas de gestão, além dos requisitos legais, que também apresentam muitas lacunas, pois não cobrem todas as operações existentes na logística do petróleo.

4X) As petrolíferas vêm anunciando cada vez mais poços na camada pré-sal. Essas reservas de petróleo são encontradas a sete mil metros de profundidade e apresentam imensos reservatórios de petróleo em excelente estado de conservação. Qual o impacto que essa exploração pode causar na crosta-terrestre?
Já se falou muito sobre os possíveis impactos, mas considero que não se tem realmente conhecimento sobre as consequências desta exploração. Desta maneira, se torna cada vez mais importante a presença do profissional especialista em gestão de riscos, para que em conjunto com outras áreas e profissionais, como os geólogos, por exemplo, possam realizar uma correta análise dos impactos.
A gestão de riscos é de extrema importância para o futuro da exploração de petróleo, tanto é que cada vez mais estamos ouvindo profissionais falando sobre a ISSO 31000, norma sobre a gestão de riscos.

5X) Em junho, será realizado no Brasil, a Rio+20. Como o Sr. avalia essa conferência, vinte anos depois da Rio92, sendo que muitos projetos ficaram engavetados.
Avalio de maneira esperançosa, pois quero crer que todos que participarão desta conferência estejam com o mesmo sentimento, ou seja,que desta vez deve-se ter ações claras e factíveis, e que sairão do papel e realmente mostrarão para todos que é possível crescer de maneira sustentável.

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