Rondônia é um dos estados afetados pelo desmatamento. Foto:© Serras Photography
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira divulgou na quinta-feira, 5 de abril, em coletiva realizada em Brasília, dados que demonstram o aumento do desmatamento da Amazônia Legal entre janeiro e março de 2012.
Se comparado com o mesmo período do ano passado o desmatamento quase que triplicou. Mas, em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real).
Os dados foram possíveis graças ao menor volume de nuvens no primeiro trimestre deste ano o que aumentou a qualidade de visualização dos chamados “polígonos de desmatamento”. Para a ministra a redução da quantidade de nuvens sobre o bioma facilitou a fiscalização feita por sensoriamento remoto, dessa forma, ela não considera que os dados representem um crescimento no desmate. “Não temos crise de desmatamento, como foi ano passado, não tem aumento de desmatamento”, afirmou ela.
Segundo o Deter, do Inpe, no primeiro trimestre os satélites detectaram a perda de 389 km² da cobertura florestal, número que é 188% maior se comparado ao mesmo período de 2011, que foi de 135 km².
De acordo com o G1, em fevereiro de 2011, apenas 1 km² de vegetação derrubada foi detectada, já que a cobertura de nuvens era de 93%. Neste ano, o mês registrou desmate de 307 km². “Ano passado não havia desmatamento detectado porque nós não víamos nada”, explicou Gilberto Câmara, diretor do Inpe.
Para Câmara, a pesquisa em campo feita pelos órgãos de fiscalização verificou que 68% das áreas encontradas devastadas (por desmate e queimadas) resultam de atividades ilegais ocorridas em 2011. Segundo Izabella, órgãos ambientais vão melhorar a fiscalização na região.
* Publicado originalmente no site EcoD.
(EcoD)