Alexandre Nunes Barreto, UENF/LENEP, ganhador do prêmio na categoria PhD

Além de muitos negócios realizados, de novas tecnologias expostas e de animadoras projeções de milhões de dólares a serem investidos pela Petrobras e multinacionais na Bacia de Campos, a Feira Brasil Offshore em Macaé foi também uma oportunidade para mostrar o valor de nossa gente no campo intelectual em relação à pesquisa petrolífera. É o que fez o engenheiro macaense Alexandre Nunes Barreto ao conseguir se destacar numa competição de alto nível promovida pela Sociedade dos Engenheiros de Petróleo (SPE), obtendo o primeiro lugar com seu trabalho na categoria doutorado sobre "Complexidade de sistemas com aplicações para estimativas de permeabilidade hidráulica", disputando com vários competidores de importantes universidades brasileiras, como Unicamp e USP.

Na categoria mestrado, a vencedora Ivana Flores Luthi, da Unicamp, apresentou estudo sobre a "Caracterização de parafina no óleo". Já o representante da USP, Alan Junji Yamaguchi, na categoria graduação, com seu "Estudo númerico do processo de separação óleo-água". venceu 10 colegas concorrentes que apresentaram trabalhos variando de dissoluções carbonáticas até uso de nanotecnologia para melhorar o desempenho de membranas.
Em 1999, Alexandre Barreto defendeu no Lenep Macaé tese de mestrado que havia desenvolvido ao longo de três anos, afirmando ele que era um importante passo em busca de uma solução que, já há 49 anos, pesquisadores do mundo inteiro buscavam para melhorar a técnica de dimensionamento de reservatório de petróleo. O engenheiro, com pós-graduação na Coppe, então professor de eletrônica industrial da Uned e pesquisador do Lenep, sob orientação do cientista Carlos alberto Dias, disse ainda que "desde 1950 todos os pesquisadores de campo, tanto nos Estados Unidos como na Europa, vinham desenvolvendo uma método que pudesse medir a influência da argila contidia nos poros das rochas de maneira a corrigir o método do americano Archie (1942). Naquela ocasião, demos uma contribuição importante em cima de um trabalho que já tinha sido desenvolvido em 1959, de Madden&Marshall, só que esse trabalho apresentava uma série de dificuldades que conseguimos superar em parte, tornando possível a utilização de um método para avaliar a presença de argila, um mineral de granulometria muito pequeno, coisa de cinco microns. Esse meu trabalho, na verdade, concilia dois métodos importantes, um que é o de Madden&Marshall e outro que é o do brasileiro Dias (Carlos Alberto), desenvolvido em 1968 na tese que apresentou na Universidade da Califórnia – Berkeley.
Segundo a Divisão Brasileira da Sociedade dos Engenheiros de Petróleo, os três vencedores em setembro próximo seguirão para Nova Orleans, onde vão enfrentar uma competição num evento mundial da SPE.
Lamentavelmente jornais locais não deram a devida importância ao fato, nesta cidade que há pouco era criticada pela falta de profissionais com capacidade técnica para suprir quadros da Petrobras. E é a respeito disso que se deve realçar a lutae e a edicação do cientista Carlos Alberto Dias, conseguindo trazer para Macaé o Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo, onde mais de 150 jovens já se formaram, alguns com mestrado e doutorado.