ECILA

José Milbs

Capitulo VIII

Rio de Janeiro, rua do Resende e lá se foi o Gama em seu vôo de asas abertas ao mundo. Acompanhar o marido, der o que quer, fazia parte dos planos de Ecila. Até que a coisa se firmasse ela iria junto para a luta que se avisinhava. Duro para uma menina de 20 anos, acostumada a vida do interior ter que ir para o Rio de Janeiro na busca de novos horizontes. As duas crianças ficaram em Macaé com Nhasinha. José Milbs e Djecila até que a coisa melhorasse. Não melhorou. Nhasinha resolve ir para o Rio para acompanhar a filha. Moraria em Del Castilho onde já estavam suas enteadas Doca e Ondina com seus filhos. Alugaria as duas casas da Rua do Meio e seria como Deus quissesse. O Casamento não ia bem. Dizem que Djecyr, muito mulherengo, vivia as turras com Ecila, por demais ciumenta. Durante alguns anos, e isto já em plena 2 a , Guerra Mundial. O bairro de Del Castilho tinha a convivência destas pessoas macaenses. As crianças choravam muito quando dos Bleck-auts que haviam nas noites devido ao apagamento de luzes em todo o Rio de Janeiro por causa de avioes. Ecila e Djecyr separam-se pela 1 a vez. Nhazinha volta para Macaé com as crianças. Casa Alugada. Mora na Rua da estação e Ecila fica no Rio na busca da reconciação e tentando trabalhar para ajudar a criação dos filhos. Já não existia mais os frutos vindos da Fazenda e a vida não era lá muito boa em termos financeiros.

Ecila conheceu Ivonildes Sodré, uma senhora elegante que levou Ecila para trabalhar na Escola Nacional de Música na rua do Passeio. Concurso, excelência no trato com as pessoas se firmou no trabalho. Nas horas de folga se fazia voluntária na FEB onde dedicava sua presença em busca de donativos para a família de pracinhas que estavam na Itália. A convite de Ivonilde Sodré aceita ir trabalhar na Escola Nacional de educação Física na Urca e presta concurso passando. Já efetivada se forma em Bibliotecária e vai para Universidade do Brasil. Reestrutura a Biblioteca Nacional e dai foi um passo para passar num concurso público para o Tribunal de Justiça do Estado do Rio.

Tenta uma definitiva reconsiaçao com Gama. Nasce seu filho Ivan. Novamente recomeçam as brigas. Diziam que pau que nasce torto morria torto. Dai isso faz sua cabeça e, defintivamente rompe com Djecyr embora fiquem amigos até o fim dos seus dias. Ecila batalha sosinha. Três filhos, uma mãe já idosa em Macaé e dois avos também idosos. Morre Emilio Quintino da Silva seu avô e logo depois Adelayde Bastos da Silva sua avó.

Morando no Edifício Macahe no Flamengo, em companhia de Santinha, Silvinha e outras macaenses ela conhece e passa a conviver com Antero Américo Gallo Fernandes que lhe dá um filho. Gallito veio ao mundo ao mesmo tempo em que sua mãe, acometida de uma pleuris, busca socorro médico. Em Macaé, sob a quarda do humanista médico Manoel do Carmo Lousada, Nhasinha tem que ser transferida para o Rio. Ecila já morava em Vila Izabel, na rua Teodoro da Silva. Manoel do Carmo, exemplo vivo de um santo homem, acompanha gratuitamente, como sempre fazia, Nhasinha ao Rio de Janeiro para os exames que em Macaé não eram feitos. Internada no São Sebastião, no Caju, Nasinha morre aos 72 anos, no dia 29 de agosto de 1962.


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