As horas iam passando e o tempo também. Magda, Amélia, Lalá e Lilinha, Suraya e outras meninas faziam o contorno nas amizades no colégio em sua existência. 17 anos de idade numa cidade como Macaé, nos meados dos anos de l930, não abria muito espaço para muitas companheiras. Ia nas casas das amigas velhas de sua mãe. Conversava com Palmira Vianna, dona Domingas, Zenita e Zelita Rocha. Delas apenas podia saber do dia a dia e cimentava com elas as belezas de falas sobre o cotidiano de suas juventudes e parentes. Arrecadava alguns escritos com receitas de bolos e doces e ainda era portadora de recomendações a todos. Quando podia ir na casa de dona Marietta Peixoto, Santinha Santos, Alzira Pereira e dona Dalila ainda recebiam os informes familiares do “tempo do seu Mathias”. O mesmo se dando quando passava pela casa de dona Marieta do doutor Julio Olivier.
Mesmo com 17 para 18 anos a ausência de seu pai e a forte presença dele na vida macaense era fortemente marcada por onde quer que fosse. Era sempre a filha única do velho Mathias que eles viam. Ecila se sentia feliz e seu coração de menina moça ia se cristalizando em, quem sabe, buscando seus namoricos e flertes comuns nesta idade.
Dona Lola de seu Maninho, Henriqueita Marotti de Glicério o seu Correia do Óleo diziam para sua mãe Nhazinha que ela, Ecila, era uma das mais lindas meninas de sua idade. Claro que Angélica, Alice Pinto, Edith e outras meninas como ela, ficavam meio enciumadas mais sabiam que ela, Ecila, não tava nem ai para belezas. Era queria, isto sim, era andar pelas ruas de Macaé, saudar as pessoas, brincar com todos e chegar em casa para descansar ao final de cada tarde numa linda cidade que o sol sabia ser rei.
Dona Dada, dona Totinha, dona Cota, dona Pequena Almeida, Maday faziam parte de seu mundo imaginário de senhoras da comunidade em que habitava. Sobre elas e por elas Ecila fazia questão de dar a sua Boa Tarde e recomendações eternas para sua mãe. Macaé era uma família grande e ela se sentia dona deste mundo mágico que os 17 anos faz existir em toda menina.
Dona Durvalina ainda era uma jovem parteira casada com o baiano de Salvador Aluisio Andrade. Assim como dona Altina, que já tinha sua fama de parteira no centro de Macaé. Ecila a elas parecia uma menina saída dos braços em seus primeiros dias de nascida. Dona Elisa, outra parteira, assim como Luiza da Barra e a mãe de "Tinho" e Pedro se revezavam em acordes afetivos quando de sua chegada as suas casas. Ecila fazia questão de ir a elas, trocar as suas idéias e fazer-se presente em tardes e manhães em sua cidade.
A primeira biblioteca de Macaé era incentivada pelo médico/ professor Moacyr Santos, e de tradicional família de Macaé. Jornais em poder de seu filho Roberto dão conta da 1 a . reunião para a criação da Biblioteca. Neste jornal, dos anos 30, lá está Ecila e outros meninas na Criação da Biblioteca.
Ecila jamais iria saber que ela, anos mais tarde iria ser a Primeira Macaense Bibliotecária formada e iria fazer parte da reestruturação da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro.
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