Esta beleza de conto, escrito em 1962 e que foi brilhantemente comentado por Marcos Gasparian amigo dele e de Nicla. Luiz Reid, Ecila Lacerda, Washinton Luiz nunca deixaram de pensar nesta cidade que faz, como diz sabiamente Reid,fortes todos seus filhos .
Longe de suas raízes, eles levaram para São Paulo um pedacinho estas suas ruas empoeiradas. Quando Ecila ficava horas e horas, sentada em sua cadeira preguiçossa num pequeno apartamento da rua das Palmeiras, no Bairro de santa Cicília, ela não sabia que fazia história. Nunca imaginária que as pessoas que ela tanto admirou em sua infância, numa cidadezinha de interior do norte do Estado do Rio, pudesse ter sua existência reincarnada em lembranças e fatos para que seus descendentes pudessem saber quanto valeu a vida destas puras pessoas. Ecila sempre dizia: desta vida nada se leva. Quando se morrer nada levamos no caixão”. Filosofia sem pé nem cabeça? Tão perto da titularidade do conto de seu conterrâneo Reid e da certeza da incerteza final. Reid falou em seu ultimo conto: “Queria saber por que, se os destinos , as inteligências , os corações são tão desiguais nos homens , eles se assemelham tanto nos dois pólos promordiais: a vida e a morte”...
Existe, creio, uma grande força desconhecida mais que salta aos olhos de quem se dedica a rebuscar história e coincidências históricas, que liga Macaé a São Paulo. Eu busco isso. Repito que paulista quem vierem para a capital e os próprios paulistanos não se cansam de dizer da grande província que, esta linda capital mundial das pessoas de interior, representa no seu contexto de história.
Esta explicado porque a maioria de habitantes são oriundos de cidadezinhas interioranas como a própria Macaé. Ali se processam as misturas de todas as raças nacionais e internacionais fazendo de cada bairro, de cada quarteirão, cada apartamento ou casa, um prolongamento das raízes de cada morador de cada família.
Centralizar e conhecer esta vertente, na sociologia do ser, fez com que Ecila trouxesse para si estas belezas recordativas.
Ela também era ouvinte de muitas histórias que se pareciam com as suas. Não era diferente os persoangens. Muitos até assemelhavam-se no formato das explicações e eram sentidas no concordativo de olhares contemplativos em sinsabertamente expostos em sorrisos de lembranças ativadas. Ecila sabia disso e fazia questão de frisar, detalhadamente, os fatores que faziam dela a Ouvinte Maior . Não sei se por que era uma mulher falante ou se seu sotaque de fluminense/carioca despertasse maior calamento nos seus queridos e fieis ouvintes. Fato é que as histórias macaenses eram todas formatadas em suas falas nas tardes noites da paulicéia.
Theatro Santa Izabel, Theatro Taboada e as encenações nas ruas de Macaé por atores amadores ela sempre gostava de reverenciar em seus mínimos detalhes.
Os momentos em que francisquinho Porto fazia suas piadas e interpletava músicas famosas em sua brilhante apresentação de palco, Ecila explicava e ainda fazia questão de nominar toda a parentada do ator. Desde sua esposa, até a esposa de seu primo Mirnes Lobo que era concunhado do Sargente Porto autor das mais eletrizantes mímicas da história desta sua cidade.
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