ECILA

José Milbs

Capitulo XII

Dolores Soares, Talita Pinto, Elea Tatagiba que se casou com seu primo Waldyr, irmão de Dermeval e Alcyr Azevedo. Além das lembranças ela contava fatos que eram transformados em histórias reais que só ela e os citados podiam saber. Até os pulos de Alcy Azevedo, irmão de Dermeval, quando recebia uma cóscora e quase morria de susto ela sa'bia imitar. Parecia que a gente via o Alcy pulando quando tocado em sua região lombar...

Quanta beleza poder transformar em textos estas simplicidades que vinha de Ecila. Quanta alegria em poder passara para as gerações futuras que, mesmo distante de Macaé, pessoas como Ecila, Luiz Reid, Ferry, Washington Luiz e tantos outros fazam e faziam dia a dia a recordativa existência de uma cidade pura. Reid dizia que todo macaense é teimoso. Dai este carinho teimoso pela terra que nasceu, penso, ao relatar este Livro/cronica que nem sei se será lido.

Ecila não parava de perguntar. Queria saber de Petrônio Ramos e Joãozinho sobre as delicionsas “Mãe-Benta”, perguntava de “Caramelo”, Ary Carvalho, pai de meu amigo Arley e Arléa e Benicio, pai de Moadyr velhos amigos dela e motoristas famosos que levavam as pessoas que iam a Macaé de trens.

Lembrava e descrevia, Tim-tim por tin tin as ruas percorridas quando da chegada do Espresso, Rápido e do Noturno na linda Maria Fumaça que se abastecia de água em Macaé para depois seguir viagem para Campos e Vitória. Ai sua alegre gargalhada situava-se em figuras belemente gravadas em sua retina.

Os carregadores de malas “Curuja”e “Tuiú”. Figuras de seu fonclore que davam trabalho ao Elcio Pudin que sempre impunha a distância onde eles podiam amealhar seus clientes. Dedel e Jayme Bacellar, sempre dentro do escritório, eram acionados para marcarem, pelo telefone tocado a manivela, a volta para outras viagens. As passagens compradas no guichet da Ferrovia com Wandeni Santos...

Ecila falava das tardes em que ia na igreja Matriz em companhia de sua mãe Alice Lacerda, querida dona Inhazinha. As coisas ficaram de tal forma registradas em suas falas e lembranças que entrava noite falando e perguntando por pessoas e gente que habitavam sua iluminada cabeça. Seu Pulquério, dona Oscarina, os Fernandes, Totinha, eram outras das muitas redordativas lembranças em São Paulo.

As peripécias alegres e espirituosas de Armandinho Sólon. De Floriano Sólon com sua barraca com fogão e tudo,na linda e exuberante praia de Imbetiba. Ecila não se cansava de dizer das ondas esverdeadas e das areias grossas desta praia que ela morreu sem saber que virou Cáis de Imbetiba. Falava das pedras onde as ondas das ressacas de abril e maio, traziam Conchas, Pedras Brancas Lapidadas pelo mar, lindamentes de formatos diferentes as Estrela do Mar de grande e pequenos tamanhos. 

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