“MINAS SÃO MUITAS MINAS...” O BRASIL SÃO MUITOS BRASIS

O prefeito de Belo Horizonte é Márcio Lacerda e pertence ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Partidos que mergulharam no processo político vigente são siglas e nada além disso, ao sabor das conveniências. Socialista? Onde?

Lacerda é produto de uma aliança no mínimo bizarra, pois junta o PSDB de Aécio, o PSB e o PT. E foi imposição de Aécio. É um dos piores prefeitos da história da capital mineira.

Na sexta-feira perto de 300 homens da Polícia Militar do estado e funcionários da Prefeitura “socialista” desocuparam um terreno do Município onde viviam 350 famílias. O aparato terrorista/policial-militar e “socialista” expulsou as pessoas que lá estava há anos. As lonas usadas – habitação – e a madeira de barracos improvisados de madeira foram para o espaço.

O prefeito “socialista” foi buscar na Justiça a reintegração de posse da área, perto de 35 mil metros e em momento algum imaginou uma solução para as famílias de sem tetos que lá estavam. E é do Partido Socialista Brasileiro, imagine se fosse capitalista.

A última tentativa de evitar a barbárie, semelhante ao que aconteceu em Pinheirinhos em São Paulo, com a agravante que o terreno é um próprio da Prefeitura, morreu nas mãos do desembargador Elias Camilo, em agravo do Ministério Público para evitar a ação criminosa da Prefeitura. O desembargador desembargou a favor do poder.

A falta de sensibilidade social da Justiça e em muitos casos comprometimento com os donos do Estado – instituição – é comovente. Em Minas Gerais se Aécio, por exemplo, entrar no Tribunal de Justiça e ocorrer de o chão estar sujo, tem gente que vai tirar o paletó para o senador não manchar seus sapatos.

Segundo alguns advogados que atuam no TJ/MG o êxito de uma causa, na maioria absoluta dos casos, depende do cartão de quem defende. Se for cartão platina absolve todos, se for ouro, consegue excelentes resultados, se for prata já é mais difícil e se não tiver cartão não consegue nada. Isso é dito em tom de chacota por vários advogados mineiros.

Que o digam as 350 famílias despejadas pelo prefeito “socialista” Márcio Lacerda.

Foi Guimarães Rosa quem disse e escreveu que “Minas são muitas Minas” e foram Afonso Arinos – a quem se atribui equivocadamente a frase – e Tancredo Neves que se apropriaram da mesma na política.

O Brasil também.

São muitos brasis.

No Espírito Santo, Débora Cardoso prestou, na sexta-feira também, depoimento na CPMI – Comissão Parlamentar Mista de Inquérito –, que foi a Vitória tomar conhecimento de casos de violência contra a mulher.

A moça foi vítima de um estupro praticado por um deputado estadual. Gildevan Fernandes (PV). Em seu depoimento contou o inferno que está vivendo por conta de ameaças a ela, sua família, as pressões que sofrem e lá pelas tantas disse que, após o acontecido, o deputado – que é reincidente – falou o seguinte – “se você denunciar azar o seu, quem vai ficar falada é você”.

Gildevan pertence a uma igreja Presbiteriana, a mesma da vítima, da qual, inclusive, seu pai é um dos pastores. Está envolvido com a máfia dos sanguessugas (ambulâncias superfaturadas no esquema do senador evangélico Magno Malta) e é parceiro político de Jorge Donati, prefeito de um cidade daquele estado, ora em vilegiatura numa prisão estadual. É acusado de mandante de três homicídios. Sua ex-mulher, um líder sindical e uma testemunha que “incomodava”.

Como se vê, gente da “melhor” espécie. No curso da audiência da CPMI no Espírito a Comissão de Mulheres do Espírito Santo foi clara e incisiva a partir de suas integrantes – “esta assembléia tem um deputado acusado de crime sexual”.

O vídeo que contém o depoimento de Débora pode ser visto em

http://www.youtube.com/watch?v=Wu_VA1jGF6Y&noredirect=1

No Rio Grande do Norte, outro “Demóstenes” da vida, paladino da moral e dos bons costumes no trato da coisa pública, o senador Agripino Maia, do mesmo partido, DEM, foi acusado pelo lobista Alcides Fernandes Barbosa de receber um milhão de reais do esquema de inspeção veicular.

O “negócio” começou em São Paulo quando José Serra era prefeito, a Justiça mandou suspender, Kassab voltou com o esquema que é simples. As prefeituras terceirizam o serviço de inspeção anual de veículos, a empresa cobra um preço pela inspeção – bem alto – e parte vai para os cofres tucanos/DEM. A idéia era espalhar o “negócio” por todas as prefeituras tucanas/DEM e aliados.

CONSÓRCIO INSPAR era o nome da empresa e foi montada em sociedade que agregava empresários e políticos no Rio Grande do Norte, como em São Paulo. O modelo criminoso saiu da Prefeitura da capital paulista nos moldes que José Serra utiliza por onde passa. Daniel Dantas e a filha de Serra lavam o dinheiro, pelo menos do líder tucano. O resto deve ter outro ou outros esquemas de lavagem. Agripino Maia foi envolvido a partir da Operação Sinal Fechado.

Vai negar, evidente, declarar-se ultrajado, ofendido em sua dignidade. Já devem ter esse tipo de declaração prontinha no bolso para eventualidades como essa. E treinado, feito laboratório – como fazem atores – para a hora da apresentação da carteira de político “honesto” e “dedicado à causa pública”.

Thor Batista, filho de Eike Batista e Luma de Oliveira, ele Eike um dos homens mais ricos do mundo, proprietário do governador Sérgio Cabral e outros, está indiciado por homicídio culposo. Segundo Thor ele dirigia sua Mercedes Benz a 110 quilômetros por hora, velocidade permitida e segundo a perícia o carro estava a 135 quilômetros. No final, uma vítima. Vanderson Pereira dos Santos, ciclista. Morreu no acidente. Nessa semana Thor teve sua Ferrari apreendida. Estava sem uma das placas. Manifestou o mesmo que Agripino Maia, indignação com as acusações. Para ele, através de seu advogado, a perícia não tem métodos seguros.

E começou o festival da CPMI do Cachoeira. O empresário quer adiar seu depoimento, já recorreu ao Supremo Tribunal Federal para tanto. Só quer falar depois de saber tim por tim do inquérito no qual é acusado. Ou seja, montar sua fala ao sabor das conveniências e orientação de advogados.

O esforço do jornal O GLOBO, da REDE GLOBO, para retirar a revista VEJA da embrulhada – era comprada sistematicamente por Cachoeira em denúncias que beneficiassem a construtora DELTA e os outros “negócios” –. O temor que tudo isso respingue no grupo e exiba os verdadeiros alicerces do grupo. Comprometido com o que há de pior no País e desde a época da ditadura militar.

Há um debate nacional sobre a banda larga. Uma tecnologia de acesso a Internet. O projeto do Ministério das Comunicações quer que as companhias telefônicas tenham a propriedade/concessão do negócio. O custo para o assinante seria de 35 reais mensais e os critérios de acesso determinados pelas telefônicas.

Um projeto da Universidade Norte Fluminense permite que a banda larga seja parte de um processo de democratização das comunicações e custando algo em torno de quatro reais mensais ao assinante. A partir de antenas coletivas/cooperadas, o projeto da Universidade abre espaços para debates políticos a partir das próprias comunidades, nas próprias comunidades, lazer, educação, tevê e rádio na internet, enfim, longe dos tentáculos e serviços prestados pelas companhias telefônicas, via de regra achaque. É só olhar o volume de reclamações contra essas empresas nos órgãos de defesa do consumidor.

Um debate nacional está sendo heroicamente travado para que esse espaço seja conquistado. Ao invés de Internet segundo os critérios dos donos, Internet democrática e gerida pelas próprias comunidades em todo o Brasil. Um dos grandes temores da mídia de mercado hoje é exatamente esse. Um veículo de comunicação capaz de permitir ao cidadão expressar-se, debater sua realidade ganhar consciência. As denúncias feitas pela REDE RECORDE sobre o envolvimento de VEJA em crimes diversos – é a revista preferida por mil entre novecentos criminosos contra o bem público – e escondidas pela grande mídia, estouraram na Internet, nas redes sociais e ficou claro o poder desse veículo. Todos acusaram o golpe e perceberam a importância de controlar a rede mundial de computadores. Para o crime organizado que controla a máquina estatal nada melhor que as telefônicas e um lucro adicional, cobrando dez vezes mais que a Internet popular.

O grupo GLOBO já anuncia banda larga a trinta e cinco reais.

O que se espera é que o governo Dilma perceba a importância do fato, se dê conta disso e abra espaços para o projeto da Universidade Norte Fluminense (Campos).

A presidente, aliás, quebrou o protocolo na sexta-feira. Escapou da segurança rígida em torno de sua pessoa e foi conversar com os manifestantes do VETA DILMA, que pede o veto ao projeto aprovado pelo Congresso de novo Código Florestal. O projeto é uma espécie de plano de transformar o País num grande deserto no futuro, privilegiando o latifúndio e seus interesses, inclusive, lógico, o veneno do transgênico.

No mais, na GRANDE COLÔMBIA (onde o Brasil figura hoje no projeto norte-americano/sionista de controle da América do Sul), na própria Colômbia, a sede, um estudante que participava da marcha pela paz está desaparecido. Encarcerado pelo governo. Registre que a paz não interessa ao governo, nem aos militares especificamente, ou aos grupos paramilitares (latifundiários, corporações empresariais e banqueiros), que são os grandes produtores e traficantes de droga. A paz faria desaparecer o pretexto de colocar a culpa da produção e tráfico de drogas nas FARCs.

É preciso uma “história” para justificar a barbárie. Como fez Bush ao inventar que Saddam Hussein tinha armas químicas e biológicas para invadir o Iraque, tomar conta do petróleo, saquear o país e ao sair deixar o caos.

Os grandes predadores de milhões de anos atrás, hoje admirados e estudados até com certa obsessão, foram acusados de responsáveis pelo seu próprio fim, por conta da flatulência. Os gases emitidos serviram para desfechar o processo que os destruiu.

Havia os carnívoros, os herbívoros, os gigantescos como o Tiranossauro Rio, ou os menores. Mas todos predadores.

Hoje a “modalidade” fica por conta de Gildevan Fernandes, Agripino Maia, revista VEJA, latifundiários, banqueiros e grandes empresários. Carlos Cachoeira, Eike Batista, etc, etc.

A propósito Eike comprou 50% dos direitos sobre o ROCK IN RIO, virou parceiro de Medina e apareceu numa foto simulando tocar uma guitarra.

Se continuar assim daqui a pouco compra Copacabana, o Leblon, Ipanema, Vila Isabel, Tijuca, Irajá, é o dono de Sérgio Cabral e de Eduardo Chávez.

São os muitos brasis.

E saiu a Comissão da Verdade. Hora de começar a contar toda a história da barbárie que foi o golpe de 1964. Sistematizá-la, muita coisa já se conhece, dar foros oficiais a estupidez e partir para a punição dos responsáveis. Esse é o reencontro de um só Brasil.

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