Presidente do Conselho Mundial da Paz avalia que manifestações devem aumentar em “tom, quantidade e contundência das denúncias”.
Milhares de pessoas em todo o mundo saíram às ruas neste sábado (19/07) para protestar contra a ofensiva realizada por Israel a Gaza, que desde o começo da operação a doze dias deixou mais de 340 mortos e milhares de feridos e deslocados. Em Londres, mais de cem mil pessoas protagonizaram um dos maiores protestos dos últimos anos. Para a presidente do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, em entrevista a Opera Mundi, a tendência é que esses “protestos aumentem em tom, quantidade e contundência das denúncias” no Brasil e no mundo.
Na capital inglesa, milhares de pessoas juntaram-se à passeata que foi do gabinete do primeiro-ministro David Cameron até a embaixada israelense. Os manifestantes carregavam cartazes pedindo para Israel cessar os ataques aos palestinos em um dos maiores atos realizados na cidade nos últimos anos.
Na capital francesa, a polícia reprimiu violentamente a manifestação. Pelo menos 38 pessoas foram detidas. “Somos todos palestinos”, gritavam os manifestantes que ignoraram a proibição da Secretaria de Segurança Pública para a realização do ato. Houve confronto com a polícia e o protesto terminou com dois veículos queimados.
Agência Efe
Desde 2011 o Chile reconhece o Estado da Palestina; cerca de 300 mil árabes vivem no país
Autoridades francesas justificaram a ação devido ao fato de que algumas pessoas na última semana tentaram invadir uma sinagoga. A França reúne a maior comunidade muçulmana da Europa, estimada em mais de seis milhões de pessoas.
Também foram realizadas manifestações em Santiago do Chile, onde por volta de cinco mil pessoas saíram às ruas com uma bandeira palestina gigante demonstrar descontentamento com as ações do governo israelense. “O mundo cala, Palestina resiste”, dizia um dos cartazes. Belgas, sul-africanos, turcos, indonésios, alemães e até israelenses também manifestaram solidariedade à causa palestina.
São Paulo
Cerca de três mil pessoas caminharam da sede da Rede Globo até o Consulado de Israel entoando palavras como "Estado de Israel, Estado assassino. Viva a luta do povo palestino". Movimentos sociais de diversas tendências somaram-se à mobilização.
Socorro, que também é presidente do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz), ressaltou que há um movimento crescente em todo o mundo contra o governo de Israel que “não acata nenhuma das resoluções internacionais”. Além das ações que ocorreram em São Paulo e em Brasília nesta semana, estão previstos atos em outras cidades brasileiras nos próximos dias.
“Está crescendo a consciência. Os povos estão chocados com o assassinato de crianças, mulheres, velhos e com a prisão de adolescentes realizada por Israel”, avalia Socorro Gomes.
Mídia Ninja
Em São Paulo, grupo exigiu o boicote imediato à política de guerra instaurada por Israel e pediu cessar fogo imediato
Em 1947, a resolução da ONU que criou o Estado israelense previa a formação do Estado da Palestina, mas “Israel se impôs pela força. A humanidade não pode se calar. Por isso a tendência é aumentar o tom, a quantidade, a contundência das denúncias e a solidariedade dos povos palestinos”.
Na quinta-feira (24/07), será realizado, a partir das 19 horas, um Ato em Solidariedade ao Povo Palestino com a presença do embaixador da Palestina, Ibrahim Mohamed Khalil, na sede do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé na Rua Rego Freitas, 454 - 1º andar - conj. 13, próximo ao metrô República.