EDITORIAL - A “DELAÇÃO PREMIADA”

Um ex-diretor da PETROBAS – não vale a pena citar o nome – fez um acordo com o Ministério Público para se beneficiar do instituto da “delação premiada” e revelar os nomes dos políticos “envolvidos” em maracutaias na PETROBRAS. O cidadão está preso por receber propina de empreiteiras e outros mais em obras da empresa.
Disparou sua metralhadora giratória e de salvação num processo que corre, em tese, em segredo de justiça. O ministro Gilmar Mendes, porta voz do que há de pior no Judiciário brasileiro, correu e transformou o depoimento sigiloso em matéria de capa da revista VEJA, por sua vez, porta voz da podridão que se constitui a mídia de mercado no Brasil. VEJA, nessas situações é como um meio de campo de um time de futebol, levanta a bola e a GLOBO arremata para o gol. Se entra ou não é outra história.
A delação premiada é uma figura jurídica que permite ao criminoso revelar seus cúmplices, ou outras pessoas envolvidas numa atividade ilícita, como forma de atenuar a pena do principal culpado ou daquele que aparece como tal.
O bandido pode denunciar quem quiser. Ganha tempo e dependendo das circunstâncias, ano eleitoral, ganha perspectivas de liberdade, num desses habeas corpus que Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello costumam premiar figuras do mundo do crime segundo as conveniências políticas ou o poder financeiro.
A capa de VEJA, com fundo vermelho, cores do partido da presidente da República, indica os objetivos da publicação.
Os nomes citados, independente do juízo de mérito, reforçam essa certeza.
O tal diretor optou pela delação premiada quando percebeu que sua pena poderia atingir a 30 anos de cadeia e seus negócios envolviam filha e genro, colocado diante dessa realidade pelo Ministério Público.
O ministro Barroso, do STF – Supremo Tribunal Federal – teve o bom senso de determinar que tais denúncias sejam apuradas pela Polícia Federal e o próprio MP, para que ganhem foros de verdade, ou se desmanchem no objetivo eleitoral, costumeiro desde que Lula e elegeu presidente em 2002.
Parece o avião de Eduardo Campos, do qual até um laranjeiro tinha uma parte e ninguém é dono e muito menos Marina da Silva quer falar sobre o assunto, diz que isso é política “baixa”.
No duro mesmo toda essa ofensiva contra a PETROBRAS, parecendo preocupação com uma das maiores empresas do mundo, construída com o suor dos brasileiros, a luta nas ruas, precede a privatização na hipótese de um candidato como Marina ou como Aécio vierem a ser eleitos.
O pré-sal vai para o sal das companhias internacionais e o brasileiro vai chupar as laranjas do sócio do avião, depois de entupido de bananas desfechadas por essas figuras.
Breve um habeas corpus para o ex-diretor da PETROBRAS e uma fuga facilitada para o exterior, onde ai gozar o dinheiro das propinas que recebeu e tenta agora transferir a responsabilidade a outras pessoas. Leva na bagagem filha e genro.
A cobiça na PETROBRAS não tem limites, principalmente depois da descoberta do pré sal e a garantia de investimentos em saúde e educação. Nem saúde e nem educação interessam aos gigantes que querem derrotar Dilma Roussef para colocar as patas, definitivamente, no Brasil.
O ex diretor da PETROBRAS é apenas e tão somente um elo nesse processo imundo que permite a José Roberto Arruda bater às portas do STF para pleitear o direito de ser candidato ao governo de Brasília.
E rezar um Pai Nosso diante da mesa cheia de notas de cinquenta e cem, a propina agradecida ao Senhor.
Aleluia!

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