CAPITANIA DO MARANHÃO – DONATÁRIO, JOSÉ SARNEY

A morte de catorze presos, decapitados, no conflito entre facções criminosas no presídio das Pedrinhas, no Maranhão, é bem mais que o Maranhão, é todo o sistema carcerário brasileiro falido e seres humanos tratados como porcos em chiqueiros onde a lotação para quase dois mil abriga quatro mil.

É a desmoralização do Judiciário. Há juízes que falam em ressocialização dos presos. Isso não existe. Mas fábricas de criminosos sim. No Brasil, mesmo tendo direções formais e nomeadas pelos governos estaduais e federal, os presídios são controlados por grupos organizados de bandidos, a corrupção é quase regra geral e as preocupações dos governos é ficção.

O Maranhão é apenas o símbolo, a marca dessa degradação. Fere acordos internacionais de direitos humanos, a mídia destrói a noção de direitos humanos do cidadão comum. É um resquício do tempo das capitanias hereditárias e o donatário é o senador José Sarney. O trono de governadora do estado é ocupado por Roseana Sarney.

Na prática, a briga é entre múltiplas facções criminosas, inclusive uma instalada no palácio do governo.

A intervenção federal e uma política voltada para construir um sistema carcerário justo passam por interesses políticos e em ano de eleições presidenciais, é pouco provável que o governo tome atitudes concretas, mas adote apenas paliativos para não desmanchar alianças consideradas fundamentais para a reeleição da presidente Dilma Roussef. E Sarney é uma peça decisiva no processo, no balaio.

É ex-presidente, imortal (membro da ABL – Academia Brasileira de Letras, por romances medíocres e poder corruptor absoluto), tem mandato de senador pelo estado do Amapá, controla deputados e senadores, logo, o Maranhão vai ficar à deriva, ou, para melhor compreensão, sob controle da quadrilha que há anos domina a política por ali.

As cenas de horror mostradas pelos jornais brasileiros, corpos sem cabeça, vão apenas vender mais jornais, revistas e apimentar os noticiários das redes de tevê, na hipocrisia da mídia, integrante do sistema.

“Ainda bem que a violência está nos cárceres e não nas ruas”, foi a reação do donatário ao tomar conhecimento dos fatos.

Os comandos desses cárceres ordenaram estupros fora dos presídios, ações como incendiar ônibus e uma criança teve o corpo queimado em mais de 90%, depois de ser banhada com combustível e incendiada.

Morreu, é lógico, e desmentiu a frase de efeito de Sarney, um dos grandes pulhas da política brasileira.

A despeito de não se falar há presídios federais no Brasil privatizados a empresas de segurança . Não há a menor preocupação dos governos com o problema, exceto vozes indignadas e providências ditas enérgicas quando estouram situações como essa do Maranhão.

Recursos orçamentários do governo federal para os presídios, reforma, construção de novos, políticas de recuperação foram cortados para que o ministro Guido Mantega, da Fazenda, pudesse tranquilizar os senhores do resto do País quanto a economia e ao superávit primário do governo.

Fora ou dentro dos cárceres o ser humano tem valor menor que esse superávit.

No Equador, o presidente bolivariano Rafael Corrêa, conseguiu reduzir os números de homicídios e apreensões de drogas com políticas corretas e adequadas, sem a barbárie da própria força policial, fato corriqueiro no Brasil.

O Maranhão é só uma parte do véu levantada. E um véu de boçalidade.

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