José Serra perdeu o equilíbrio de novo.
Fez triste figura mais uma vez.
Mostrou-se novamente indigno dos ideais de outrora.
Embora tenha terceirizado o ataque jurídico e verbal contra o blogue Conversa Afiada (do Paulo Henrique Amorim) e o site Luís Nassif OnLine, as responsabilidades política e moral são dele, Serra. Só dele. Pessoais e intransferíveis.
Pois foi em benefício de sua candidatura que o PSDB fez uma representação à Procuradoria Geral Eleitoral, pedindo investigações... com o evidente objetivo de promover intimidações!
E foi para evitar que Serra aparecesse como paladino da imposição da censura na internet, qual um velho cavalheiro indigno a clamar pela volta da Dª Solange, que o presidente tucano Sérgio Guerra incumbiu-se de tentar justificar o injustificável nos papos com a imprensa.
Assim como era seu vice, Índio da Costa, quem cortejava os eleitores de extrema-direita durante a campanha eleitoral de 2010, poupando o ex-presidente da UNE da saia justa de aderir ele próprio à retórica de quem fechou a UNE.
Que moral tem para falar em "atentado à democracia brasileira" o dirigente máximo do partido de Geraldo Alckmin?!
A barbárie no Pinheirinho e a ocupação militar da USP não passam de balões de ensaio golpistas, para aferir a resistência da sociedade brasileira a uma recaída totalitária, a um novo 1964.
Ou seja, estes episódios sim merecem ser qualificados de atentados à democracia --pois são reais, bem reais, tanto que houve até uma vítima fatal (ver aqui). Não virtuais e supostos.
Pior do que escorregar do skate é vacilar em relação ao próprio passado, perdendo a identidade que o sustentava e esborrachando-se no chão dos oportunistas.
* jornalista e escritor. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com