Por exemplo, sem dizer que a burguesia é a classe social dominante, a mídia deu destaque ao estudo da FGV apontando que "do ano de 2009 para cá as ‘Classes' A, B, C ganharam 13,1 milhões de brasileiros e de brasileiras". A mídia chegou às raias do ufanismo ao divulgar que, segundo o estudo da FGV "o Brasil lidera ranking de felicidade futura (Sic)". De acordo com a mídia, no estudo da FGV a ‘Classe' C recebeu a maior parte da população de ‘Classes' mais pobres: 1,4 milhões de pessoas saíram da ‘Classe' E - e 356 mil saíram da ‘Classe' D. Segundo a mídia ressaltou, no entanto, o estudo da FGV apontou que as ‘Classes' A e B tiveram um pequeno recuo no período, o primeiro desde o ano de 2003.
O que, 2º a mídia e o estudo da FGV, 237 mil pessoas deixaram - atenção - as camadas mais abastadas rumo à ‘Classe' média. Para a mídia e o estudo da FGV as ‘Classes' A e B representam atualmente 11,76% da população brasileira, ou 22,5 milhões de pessoas. De acordo com a mídia, o estudo da FGV mostra que o inchaço da ‘Classe' C é um fenômeno crescente desde 1992, mas, sua expansão acontece de maneira mais acentuada desde 2003. Segundo a mídia, o estudo da FGV mostra que hoje são 105,4 milhões de pessoas ou 55,05% da população nesta faixa.
Para a mídia e o estudo da FGV o encolhimento das ‘Classes' D e E, que em 1992 representavam juntas 62,13% da população, também seguiu a mesma velocidade.
De acordo com a mídia, o estudo da FGV mostra que no ano de 2003 54,85% dos brasileiros e das brasileiras eram pobres. Hoje, ainda 2º a mídia e o estudo da FGV, juntas as ‘Classes' D e E representam 33,19% dos 191,4 milhões de habitantes do país. Mesmo assim, segundo a mídia e o estudo da FGV, a desigualdade do país é expressiva: Enquanto 22,5% milhões de pessoas estão no topo da pirâmide social, 24,6 milhões de brasileiros e de brasileiras ainda ocupam a ‘Classe' E. Ou seja, de acordo com a mídia e o estudo da FGV, vivem com renda familiar mensal de até R$-751. Para a mídia e o estudo da FGV a maioria dos integrantes da ‘Classe' E também estão abaixo da linha da pobreza extrema, conforme define o governo federal.
O que representam, segundo a mídia e o estudo da FGV, 16,2 milhões de pessoas vivendo com até R$-70 mensais. Com relação a critério, de acordo com a mídia e o estudo da FGV, o IBGE divide as categorias das ‘Classes' sociais em conformidade com a renda familiar mensal. Assim, segundo a mídia e o estudo da FGV, para o IBGE estão na ‘Classe' E as pessoas com renda de até R$-751 - na ‘Classe' D figuram as famílias que recebem entre R$-751 e R$-1.200 por mês - a ‘Classe' C é composta de famílias com renda entre R$-1.200 e R$-5.174. Já a ‘Classe' B inclui pessoas com renda familiar entre R$-5.174 e R$-6.745. Qualquer família que ganhe mais do que isso por mês é considerada pelo IBGE como pertencente à ‘Classe' A; concluiu o estudo da Fundação Getúlio Vargas divulgado pela mídia.
Esclarecendo os conceitos, quem são os trabalhadores e quem pertence à burguesia.
Conforme se vê, segundo os critérios técnicos do ‘economês' e do ‘sociologês' - isto é, não-marxistas da mídia e da FGV, as categorias profissionais dos professores universitários, petroleiros e metalúrgicos pertenceriam à ‘Classe' A. Ocorre que como as demais categoriais profissionais, isto é, de trabalhadores e de trabalhadoras, por venderem suas forças de trabalho, em função disso são remuneradas, independentemente do nível salarial. Quanto à questão de conceituar quem pertence à burguesia, recorro a um critério oposto ao do IBGE naquilo que esta instituição burguesa define como renda. O que acaba levando à deturpação de valores de confundir salário como tal.
É simples conceituar que existe burguesia urbana e rural. Considero pertencentes à burguesia rural os grandes e médios proprietários de terras. Isto é, os grandes e médios fazendeiros, notadamente os latifundiários. Já à burguesia urbana considero que seja constituída por áreas ou setores do capital. No setor financeiro, os grandes e médios banqueiros - no setor de comércio os grandes e médios comerciantes - na indústria os grandes e médios industriais e assim por diante. Enfim, os milionários e bilionários por auferirem o lucro que é o dogma da propriedade privada dos meios de produção são quem constituem a burguesia, que é a dominante em uma sociedade dividida em classes sociais.
*jornalista - é militante da seção brasileira da Corrente Marxista Internacional a Esquerda Marxista corrente intra PT onde integra o diretório municipal em Macaé (RJ).